Tuesday, March 13, 2007

Noam Chomsky


“Eu não aceito a idéia de que nós só podemos condenar o terrorismo da FNL* por ele ter sido tão horrível – e ponto final. Eu penso que nós realmente devemos levantar questões sobre custos comparativos, por mais feio que isto soe. E se vamos nos posicionar moralmente sobre o assunto – e eu acho que devemos fazê-lo – nós devemos perguntar quais foram as conseqüências tanto da utilização do terrorismo quanto da sua não-utilização. Se for verdade que a conseqüência da não-utilização do terrorismo seria que a classe camponesa do Vietnã continuaria a viver na mesma condição que a classe camponesa das Filipinas, então eu acho que a utilização do terrorismo está justificada.”


* FNL era a Frente Nacional de Libertação [National Liberation Front] que então tentava tomar o Vietnã do Sul.
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Essa afirmação imoral e irresponsável é um dos maiores exemplos da lamentável profundidade na qual se afundou o ativismo político de esquerda e do quão desonestos são seus ‘intelequituais’.
Antes de ser apenas um lapso, uma falha de julgamento ou uma exceção, essa é a regra comum em todas as “análises” de Chomsky e seus parceiros/comparsas ideológicos. A defesa cega de regimes genocidas e as inúmeras tentativas de ocultar, racionalizar ou justificar seus crimes enquanto condena incansavelmente – geralmente com base em mentiras e acusações levianas – as nações ocidentais, (principalmente EUA e Israel) é apenas uma pequena amostra da hipocrisia esquerdista que já domina a MSM faz um bom tempo.

A hipocrisia do professor – e da esquerda como um todo – é tão conhecida e tão extensa que daria assunto para um blog inteiro (pra falar a verdade até 2, como provam The Anti-Chomsky Blog e The Anti-Chomskyan Redoubt ), mas como minha paciência e tempo são curtos, o máximo que posso fazer é escrever algumas linhas e citar fontes interessantes sobre tão farto assunto. Ainda sobre isso, segue um trecho do bom artigo “A hipocrisia de Noam Chomsky” de Keith Windschuttle:

“Chomsky se autodeclarou um "libertário" e "anarquista", mas defendeu alguns dos regimes mais autoritários e mortíferos da história humana. Sua filosofia política é supostamente baseada no fortalecimento dos oprimidos e na luta das massas, mas ele tem grande desprezo pelas pessoas comuns a quem considera incautos ignorantes [manipulados pelos] privilegiados e poderosos.
Ele definiu a responsabilidade do intelectual de perseguir a verdade e denunciar a mentira, mas apoiou os regimes que ele admira [justo] por suprimirem a verdade e perpetrarem falsidades. Ele endossou princípios morais universais, mas os aplicou apenas às democracias liberais ocidentais, enquanto continuava a racionalizar [justificar] os crimes de seus próprios políticos e regimes prediletos. Ele é um mandarim que denuncia mandarins. Quando pego fazendo juízos errôneos irresponsáveis e censuráveis, como fez sobre o Camboja e o Sudão, ele jamais admitiu estar errado.”

Durante seus mais de 40 anos de cruzada antiamericana, a única coisa tão constante quanto sua hipocrisia foi a sua mensagem básica: A América é 'A' força do mal no mundo. Esse discurso infame nada mais é do que uma versão politicamente correta do que grunhem seus protegidos islâmicos quando saem culpando o “Grande Satã” (e o pequeno) por todos os seus problemas.
Esse mantra é repetido desde os seus primeiros livros até, provavelmente, o dia de sua morte.

Seu estilo está saturado. É uma mistura sórdida de fato, ficção e fantasia. Ele também é desesperadamente unilateral.
Para Chomsky as coisas são incrivelmente simples, como preto e branco. O mundo é dividido em opressor e oprimido. A ‘Amerika’, o opressor principal, não pode fazer nada direito, enquanto os pecados dos que ele considera como oprimidos são escondidos ou, quando inegáveis, passam a ser vergonhosamente justificados.
Como ele julga a política externa americana violenta e expansionista, ele passa a ignorar todos os motivos por trás de cada política adotada, ou as éticas de indivíduos particulares no governo. E desde que ele considera os Estados Unidos como o estado terrorista principal, ele pouco distingue as ações americanas - como a na Sérvia (empreendida à noite e com armamento de alta-precisão num depósito de armamentos e sem nenhuma vítima civil) - de um ataque contra um centro turístico/comercial planejado para matar o maior número de civis possíveis.

“Teorias” chomskianas
Para entender as críticas de Chomsky é necessário que haja um entendimento da sua metodologia – onde suposições absurdas se misturam a simples devaneios, clichês marxistas e teorias conspiratórias que passam por sua cabeça oca e senil. Aqui segue uma tentativa de mencionar algumas dessas pérolas e identificar um padrão:


  • As políticas americanas são antidemocráticas e antiliberdade. O complexo industrial militar é uma ferramenta das elites políticas e empresariais interessadas em manter o status quo. Para se assegurar de que isso vai ser mantido, estas elites e o exército projetaram o poderio americano de modo altamente destrutivo, contra o proletariado e camponeses de outros países.

  • Censura é comum. A oposição para tais políticas dentro dos Estados Unidos é abafada porque elites corporativas controlam a informação que é disseminada ao público. Aparentemente, nós todos somos vítimas de manipulação de massa. Chomsky chama este processo de “consentimento industrial” ou algo do tipo.

  • Os inimigos do ocidente são sempre ilusórios.
    Comunismo não foi e o islã não é nenhuma ameaça real aos direitos humanos ou à liberdade. Ele afirma isso durante seus 40 anos de trabalho. Somente em uma ocasião ele admite que a União Soviética era um poder imperial – claro, sem representar perigo algum para a humanidade – , ao contrário dos EUA.
    As freqüentes violações de direitos humanos perpetradas pelo regime soviético, pela China comunista, pelo regime comunista da Coréia do Norte, pelos comunistas cambojanos ou pelo regime comunista etíope ou pelo cubano - só para mencionar alguns - são irrelevantes na cabeça de Chomsky. Em muitos casos ele se recusa a identificar guerrilhas comunistas e insurgentes como tais (o mesmo padrão pode ser visto no conflito no Oriente Médio), mas faz os leitores acreditarem que as vítimas do poderio americano são todos inocentes. Em alguns exemplos isso até poderia ser verdade, já em outros são regimes totalitários e genocidas. Mas um... ‘intelequitual’... que pretende ser respeitado tem uma responsabilidade para diferenciar, coisa que Chomsky nunca faz.

  • Os EUA são culpados através de associação.
    Qualquer relação americana com um ditador, regime ou governo, por menor que seja, é igual a controle norte-americano. Assim, Chomsky implica os Estados Unidos em atos de violência estatal na qual, muitas vezes não passa de mera relação comercial.
    Os "EUA apoiaram" é a frase básica. Assim, se esse país vende armas ao governo turco, isto significa que, de acordo com Chomsky, que os EUA apoiaram a opressão do Kurds turco. Se apoiaram Suharto na Indonésia ou Pinochet no Chile, também são responsáveis por toda ação que os governos deles perpetram depois. Já que os Estados Unidos têm relações com virtualmente toda nação no mundo, não há nenhum fim para os crimes que Chomsky pode acusar.

  • Mesmo quando têm razão os Estados Unidos estão errados.
    Os EUA libertaram a Alemanha e o Japão depois de uma guerra que não começaram, e deram pra essas nações um caminho para liberdade e democracia. Mas isso não o impressiona (ele inclusive foi contra a reunificação das duas Alemanhas). Ele classifica essas ações, em ambos os casos como “uma tentativa para manter essas nações dentro do ‘sistema americano’ “.
    Japoneses e alemães orientais não reclamam...

  • Chomsky nunca dá contexto.
    Ele dá uma longa lista de ações violentas em que os "EUA apoiaram" governos ou regimes, mas ele nunca documenta a violência que estava em andamento ou as razões que levaram a uma intervenção americana. Além disso, ignorar a grande violência perpetrada por comunistas e só retratar a violência praticada pelos Estados Unidos ou por seus aliados tem nome – é falsear a história, distorcer a realidade para que ela corresponda a sua visão desonesta do que acontece.

  • Todos os crimes cometidos pelos inimigos dos americanos são culpa dos americanos.
    A dor e sofrimento de milhões de pessoas ao redor do mundo que são provocados pelos inimigos dos Estados Unidos é, no final das contas, culpa dos Estados Unidos.
    De acordo com Chomsky, como seus inimigos reagem em função do medo ou da incerteza por causa das políticas imperiais americanas, os EUA são sempre são culpados.
    Grande exemplo é que o regime comunista no Camboja veio a governar com violência e terror porque os Estados Unidos desestabilizaram o país durante a Guerra do Vietnã.
    Claro Noam, claro...

  • Se existem duas possibilidades os EUA estão errados em ambas. A Reparação de um “erro” é sempre um erro também.
    Estavam errados quando apoiaram Saddam, e, da mesma maneira estavam errados quando o tiraram do poder.
    Chomsky foi contra o apoio dado ao Saddam para combater uma revolução religiosa no Iraque nos mesmos moldes da do Irã (que levou os aiatolás ao poder).
    Depois Chomsky foi contra a retirada de Saddam (mesmo durante a Guerra do Golfo).

  • Proteger um país invadido por outro não passa de um exemplo das ações imperialistas dos EUA para com o resto do mundo.
    Do mesmo jeito que ele se opôs à Guerra do Vietnã, ele teve a mesma opinião sobre Guerra de Golfo e a liberação de Kuwait que fora atacado e invadido pelo Iraque.

Depois de ler seus panfletos e ouvir suas palestras, não dá para discordar da opinião de Windschuttle:
“Em resumo, Chomsky acredita que apenas ele e os que compartilham de sua perspectiva radical têm a capacidade de elevar-se além das ilusões que mantêm todos os outros como escravos do sistema. Somente ele pode ver as coisas como elas realmente são.”


Durante um debate (que pode ser achado no youtube) com Focault ou Buckley, não me lembro bem, Chomsky reconheceu que durante a Guerra do Vietnã ele tinha focado de propósito só no comportamento dos Estados Unidos, não nas ações dos comunistas nem na dos vietnamitas - contra os quais estavam lutando. Esta é uma admissão surpreendente. Revela um desejo consciente para nunca julgar os Estados Unidos por padrões aplicados a outras nações.
Se ignoramos informação pertinente, como o fato que o outro lado recebia apoio de outro “império” (império esse que contava com sua simpatia e apoio), tinha um grande arsenal e dizimou milhões de pessoas, fica fácil de retratar atos de defesa legítima até mesmo como brutal. Chomsky faz isto seguidamente.

Esse padrão doentio que ele usa para julgar/acusar os EUA é o mesmo que ele usa pra demonizar o Estado de Israel e todas as suas ações.
O mesmo padrão é usado com todos os países ocidentais – desde que sejam democráticos – só que em menor escala.

Libertário? Anarquista? Defensor dos direitos humanos e dos oprimidos? Então ta.
*baseado em diversas fontes

E-books

The Top 100 Chomsky Lies

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