Monday, October 22, 2012

African Refugees Say Arab Muslims More Racist than Europeans


Under liberal dogma, the world is divided between the evil European colonialist exploiters of doom and the Oppressed masses of the Third World. In the real world, things are very different.
This is Morocco, one of the few moderate Arab countries, though not for long with the victory of an Islamist party. It’s fairly tolerant by Muslim standards, which is still wildly intolerant by European standards.
“Be careful, those blacks might eat you,” a Moroccan juice seller in the little border town of Fnideq warned us. They might what? “Yes, really,” he replies. “They can do anything.”





“Arabs hate black people. And that is not from today, it is in their blood,” says Aboubakr, a young man from Senegal who is hoping eventually to cross over into Europe. He spent almost a year in Morocco’s capital Rabat before coming to this forest camp near the Spanish border and his experiences there left him feeling bitter.
“Friends of mine were attacked with a knife. Bandits target us because they know we cannot go to the police, even if we are robbed and hurt. Having no papers, we will be caught instead. Blacks have no rights here.”
American liberals like to compare the plight of Muslims to the segregation of black people in the United States, in fact it’s Muslims who practice segregation of Africans.
Aboubakr is also insulted that Moroccans “cannot believe many of us are Muslims too”. According to him, people are surprised when they see him kneeling for prayer. “They don’t think a black can be Muslim.”
The migrants are reluctant to believe that they might meet more racism in Europe than in Morocco. If they finally manage to cross the border “Black and white people are good together,” claims Aboubakr. “In Holland, there are many blacks on the national soccer team. Moroccans are just jealous.”
And that’s part of why you have a flood of African refugees to Europe, not into the Muslim world.  And here’s a little view of life for Africans in Iraq.

Thursday, October 04, 2012

A imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm


Faleceu hoje Eric Hobsbawm, aos 95 anos de idade
O historiador Eric Hobsbawm ( Roland Schlager/EFE)
Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, morto na última segunda-feira, aos 95 anos, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawn chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.
Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções,A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX –  quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.

Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”

O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.

Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.

Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapeadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.

Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.