Thursday, November 15, 2012

Normas de reportagem para o Oriente Médio

Da próxima vez que acompanhar o noticiário sobre Israel, assegure-se de saber ler nas entrelinhas.

Todos os meios de comunicação têm seu manual de estilo, elaborado de maneira tão clara e imparcial quanto possível. Hoje em dia, contudo, parece que o Ministério de Comunicação Palestino é quem publica e distribui seu manual a dezenas de jornais e outros veículos de comunicação.
Desde setembro de 2000, surgiu um novo “manual de estilo” de fato para os repórteres que cobrem a violência palestina contra Israel. Em alguns casos, as novas “normas de reportagem” são definidas pela própria linha editorial dos órgãos de informação.
Apesar do aspecto evidente de “jornalismo de encomenda”, é pouco provável que mãos conspiratórias estejam por trás de um desses manuais de estilo de fato. Na maioria das vezes, repórteres e correspondentes os adotam de modo informal, talvez até, de certa forma, sem plena consciência do que estão fazendo.
Invariavelmente, as novas regras são tendenciosas contra Israel.
Até agora, a tendenciosidade parece ter causado um impacto pequeno na opinião pública americana sobre Israel. Já na Europa, onde o tom antiisraelense é mais forte, mais estridente, o efeito é outro.
Seguem-se oito “normas” de reportagem sobre o Oriente Médio, extraídas de centenas de artigos e noticiários:

Regra nº 1 – Sensacionalize a intensidade e o alcance das ações militares israelenses.
Chame-as de “agressivas”, “devastadoras” ou “intensas”. Refira-se às incursões aos territórios palestinos como “de grande extensão”, mesmo quando se trata de apenas 250 metros.
Por outro lado, refira-se a ataques de morteiros palestinos como “ineficazes” ou “sem vítimas”, embora a intenção dos que atiram com os morteiros seja malévola.

Regra nº 2 – Suavize a violência palestina.
Não rotule as explosões de bombas e os tiroteios contra civis judeus como “terrorismo”, nem os perpetradores de “terroristas”. Diga “militantes” ou “ativistas”. Bombas plantadas no meio de mercados públicos israelenses não são “terrorismo”.
Manifestação de palestinos.

Justifique diferenças na abordagem. Por exemplo, ao referir-se a atentados do IRA como “terroristas”, a BBC News Online alegou: “Nosso noticiário doméstico sempre usou ‘terroristas’ para a Irlanda do Norte… mas a política do noticiário internacional é a de não qualificar ninguém nesses termos”. Segundo a editora da BBC Newshour, Maya Fish, “a palavra ‘terrorista’ nunca é usada em nosso noticiário internacional, não importa quem plante bombas, destrua ou mate.”

Regra nº 3 – Culpe os assentamentos judeus.
Atenue a agressão palestina chamando as vítimas israelenses de “colonos” e os locais dos atentados de “assentamentos” ou “territórios ocupados”. Designe os arredores de Jerusalém, como Gilo ou French Hill, por “assentamentos” e “enclaves de colonos” – ainda que esses locais sejam parte de Jerusalém há trinta anos e abriguem dezenas de milhares de famílias judias de classe média. Quando possível, também chame de “assentamentos” as cidades localizadas na Linha Verde*, como Sderot.
Vá além e refira-se a todas as vítimas judias como “colonos” – quer se trate de um garoto de quatorze anos ou de um bebê de dez meses.
Desumanize os residentes judeus de Jerusalém, da Cisjordânia e de Gaza reunindo-os em uma entidade civil ampla, como faz o The New York Times ao se referir a “soldados, colonos e civis israelenses”.

Regra nº 4 – Condene os líderes israelenses; solidarize-se com o Fatah e o Hamas.
Diga sempre de Netanyahu: “linha-dura”, “criminoso de guerra”, “repudiado pelos árabes” ou “demolidor”.
Nunca diga de dos políticos palestinos: “ex-terrorista”, “belicoso”, “corrupto” ou “despótico”.

Regra nº 5 – Culpe Israel por todas as mortes palestinas.
Culpe Israel, seja por “acidentes de trabalho” em fábricas de bombas palestinas, manifestantes atingidos por tiros palestinos destinados a soldados israelenses, ou feridos durante tumultos gerados por um atentado suicida ou uma explosão de ônibus.
Crianças israelenses que foram mortas em sua casa, enquanto dormiam, por um terrorista palestino.
Árabes mortos em acidentes automobilísticos também podem ser creditados a Israel. No começo de outubro de 2000, muitas versões culpavam os israelenses pelo espancamento seguido de morte de Issam Judeh Mustafa Hamed. Em 2 de novembro, patologistas indicados pela Autoridade Palestina concluíram que Issam Judeh havia morrido em um acidente de trânsito. É desconhecido o número de “mártires” que tiveram morte natural, ou foram mortos em acidentes e disputas internas.
Além disso, refira-se a crianças palestinas como traumatizadas, órfãs, assassinadas ou gravemente feridas – mesmo que pelas próprias balas ou bombas palestinas. Nunca mencione as crianças israelenses vitimadas pelos ataques palestinos.

Regra nº 6 – Empregue os verbos da maneira adequada.
Use a voz passiva para descrever as mortes palestinas – “foi morto a tiros” ou “foi abatido” por soldados israelenses.
Por outro lado, use o intransitivo para não evidenciar a culpa palestina. Diga que o tiroteio “irrompeu”. A manchete sobre a morte de Shalhevet Pass, o bebê de dez meses assassinado por um atirador palestino, dizia: “Criança judia morre na Cisjordânia”.
Quando possível, justaponha duas mortes, responsabilizando os israelenses por uma delas e deixando a outra sem autoria. Por exemplo: “Durante confrontos perto da aldeia de Dura, na Cisjordânia, um menino palestino de onze anos foi morto pelas tropas israelenses. Testemunhas dizem que o menino observava a troca de tiros entre soldados israelenses e atiradores palestinos, quando foi atingido no peito. Na segunda-feira, um bebê israelense de dez meses foi morto em tiroteio nas proximidades de Hebron”.

Regra nº 7 – Compense uma morte israelense, mencionando uma morte palestina sem qualquer relação com a primeira.
Compense uma atrocidade dos terroristas, como a explosão de um ônibus, com a morte de uma mulher idosa ou de uma criança palestina, mesmo que esta tenha ocorrido muito tempo antes da outra.
Noticiando a chocante carnificina de dois adolescentes israelenses perto de Tekoa, a CNN deu à matéria o título “Encontrados mortos dois adolescentes israelenses” e colocou logo embaixo a foto de um bebê palestino morto uma semana antes.
Em outra reportagem, a CNN noticiou: “Um israelense foi morto e outros ficaram feridos em atentados nas estradas da Cisjordânia nesta terça-feira. Os ataques aconteceram em seguida a explosões e confrontos em Gaza e na Cisjordânia que tiraram sete vidas palestinas”. Esse foi o relato, apesar das explosões em Gaza terem sido um “acidente de trabalho” em uma fábrica de bombas palestina.

Regra nº 8 – Invoque nomes árabes para os lugares santos.
Use termos árabes para os locais sagrados, mesmo quando o termo em hebraico for o padrão em qualquer enciclopédia, texto acadêmico, documento diplomático ou outra fonte aceitável no Ocidente.
Vista do Monte do Templo, que os árabes e grande parte da mídia chama de "Esplanada das Mesquitas".

Evite chamar o Monte do Templo de “o local mais sagrado do judaísmo”, ou Jerusalém de “a capital dos judeus há três mil anos”. Referências ao Monte do Templo devem ser qualificadas como meras pretensões: “que Israel reivindica ser o local do Primeiro e do Segundo Templos”.
De preferência, o Monte do Templo é “Haram al Sharif, o terceiro local mais sagrado dos muçulmanos”, ou “o lugar mais santo para os muçulmanos em Jerusalém”. Por contraste, nunca diga que Hebron, onde estão as tumbas dos patriarcas judeus, é “o segundo local mais sagrado do judaísmo”, nem que o sepulcro de Raquel, perto de Belém, é “o terceiro local mais sagrado para os judeus”.
Quando necessário, descubra um termo árabe bem obscuro, para aplicá-lo, por exemplo, à Porta de Jaffa, a entrada principal para a Cidade Velha de Jerusalém: “Bab al-Khalil”.


Regra nº 9 – Omita fatos que não se encaixem na narrativa "Árabes oprimidos, israelenses opressores" e não contextualize as informações.
Do início de 2011 até 17 de julho, mais de 160 foguetes foram disparados contra Israel - inclusive durante o peírodo de cessar-fogo e causando várias vítimas fatais. De 2001 até final de 2008 mais de 8600 foguetes foram lançados por palestinos.
No dia 11 de março de 2011 dois palestinos invadiram a casa da família Fogel no meio da noite e mataram a facadas pai, mãe e três filhos - um menino de 11 anos, outro de três e um bebê de 3 meses. O bebê foi decapitado (New Oriente Médio: Massacre em Itamar).
No dia 28 de setembro, durante o ano novo judaico, Asher Palmer (25) e seu bebê Yonatan morreram depois que o carro em que estavam perdeu o controle ao ser apedrejado por palestinos. Depois de morto o homem ainda teve seus objetos roubados pelos assassinos. (Israeli Father Asher Palmer, Baby Killed in Terrorist Attack)

Depois dos assassinatos os paletinos distribuíram doces nas ruas de Gaza comemorando o ocorrido (Gaza Residents Hand Out Candy to Celebrate Itamar Massacre).
Nenhum desses fatos foi publicado na grande imprensa brasileira. Mas quando jovens israelenses, revoltados com a violência palestina e a falta de resposta de seu governo, picharam "guerra" no muro de uma mesquita, o Jornal Nacional noticiou com estardalhaço os fatos. Sem informar a causa das manifestações ou motivo da escalada do setimento anti-árabe. Como se fosse apenas mais uma demonstração gratuita de intolerância e racismo.

Conclusão
Mesmo que não seja uma “conspiração”, estabeleceu-se uma “convenção” antiisraelense nos meios de comunicação. Como esse “manual de estilo” se desenvolverá nos próximos tempos? Tudo depende dos resultados dessa batalha que está sendo travada na mídia.

Monday, October 22, 2012

African Refugees Say Arab Muslims More Racist than Europeans


Under liberal dogma, the world is divided between the evil European colonialist exploiters of doom and the Oppressed masses of the Third World. In the real world, things are very different.
This is Morocco, one of the few moderate Arab countries, though not for long with the victory of an Islamist party. It’s fairly tolerant by Muslim standards, which is still wildly intolerant by European standards.
“Be careful, those blacks might eat you,” a Moroccan juice seller in the little border town of Fnideq warned us. They might what? “Yes, really,” he replies. “They can do anything.”





“Arabs hate black people. And that is not from today, it is in their blood,” says Aboubakr, a young man from Senegal who is hoping eventually to cross over into Europe. He spent almost a year in Morocco’s capital Rabat before coming to this forest camp near the Spanish border and his experiences there left him feeling bitter.
“Friends of mine were attacked with a knife. Bandits target us because they know we cannot go to the police, even if we are robbed and hurt. Having no papers, we will be caught instead. Blacks have no rights here.”
American liberals like to compare the plight of Muslims to the segregation of black people in the United States, in fact it’s Muslims who practice segregation of Africans.
Aboubakr is also insulted that Moroccans “cannot believe many of us are Muslims too”. According to him, people are surprised when they see him kneeling for prayer. “They don’t think a black can be Muslim.”
The migrants are reluctant to believe that they might meet more racism in Europe than in Morocco. If they finally manage to cross the border “Black and white people are good together,” claims Aboubakr. “In Holland, there are many blacks on the national soccer team. Moroccans are just jealous.”
And that’s part of why you have a flood of African refugees to Europe, not into the Muslim world.  And here’s a little view of life for Africans in Iraq.

Thursday, October 04, 2012

A imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm


Faleceu hoje Eric Hobsbawm, aos 95 anos de idade
O historiador Eric Hobsbawm ( Roland Schlager/EFE)
Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, morto na última segunda-feira, aos 95 anos, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawn chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.
Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções,A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX –  quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.

Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”

O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.

Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.

Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapeadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.

Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.

Wednesday, February 15, 2012

Sean Penn should return his Malibu estate to the Mexicans


Ignore the hippie visuals: Sean Penn is an imperialist lackey


I’d like to make a statement about the growing crisis in the Americas. It’s time for justice. It’s time for liberty. It’s time to end the ludicrous and archaic commitment to colonialist ideology. It’s time Sean Penn handed his Malibu estate back to the Mexicans.

Sean Penn pretends to be a friend of the developing world, but really he is not. To be fair, his recent call for the Falkland Islands to be returned to Argentina was an admirable strike against capitalist imperialism. Moreover, I and the entire North Korean press corps cheered him on when he flew to Iraq to parley with Saddam Hussein, or when he spoke about Hugo Chavez in such glowing terms. But there have always been hints that his sympathy isn’t really with the workers at all. Aside from that time that he spent 32 days in prison for hitting an extra, his net worth of an estimated $150 million is a bit of a giveaway.

His continued occupation of Malibu is an unacceptable mockery of national self-determination. The Mexicans owned that stretch of real estate well into the early 19th century and it was stolen by the Americans in a naked act of imperialist aggression. America’s claim over Malibu is tenuous and rooted in patriarchy. Sean Penn’s house is a mocking reminder of that brute chauvinism, with its high white walls and spacious interiors. Its swimming pool is an insult to the honour of the Mexican people.

Now, I know that some will say that the Mexicans never actually lived on Sean Penn’s estate. But how many of them have worked there? Think of the maids, the cleaners, the butlers, the pool boys, the cooks, the gardeners. Think of the sweat that has dripped pouring Martinis, or the blood that was spilt pruning the roses. Truly, Sean Penn’s estate is part of Aztlan.

If diplomatic discussions break down, who could blame Mexico for resorting to military action to reclaim Mr Penn’s estate? Not I. Some might say that it would be an act without legal sanction or genuine historical cause. But that’s not the point. The people of Mexico want Sean Penn’s estate, so they should have it. Because stealing stuff from the rightful owners is the only way to combat colonialism.

Sunday, January 22, 2012

“Um tom radical, de direita mesmo.”

Começou o processo de escolha do candidato republicano que enfrentará Barack Obama em novembro. Significa que o Comitê do Partido Democrata para o Brasil (vulgo “escritório da Globo nos Estados Unidos”) tem pela frente grandes oportunidades para desinformar os seus telespectadores e fazê-los acreditar que os direitistas americanos são um bando de idiotas.

Não deixa de ser um avanço. Um ano atrás, os correspondentes da Globo, altamente capacitados no ofício de ler o esquerdista New York Times e repetir a coisa para o público brasileiro, estavam insinuando que certos direitistas lá, além de serem idiotas, incitam o assassinato de adversários políticos. Vocês devem se lembrar da deputada baleada na cabeça por um transtornado mental no estacionamento de um mercantil no Arizona.homoglobalis usa msm

Gabrielle Giffords é deputada pelo Partido Democrata. Com base nisso, seus correligionários na imprensa elucidaram o caso em menos de vinte minutos: ela foi vítima de um atentado tramado pela venenosa Sarah Palin, alçada ao posto de líder de um grupo de extremistas determinados a derrubar o governo do santo Obama, a quem se opõem por puro racismo.

O Jornal Nacional foi logo reproduzindo: “Muita gente está acusando o grupo extremamente conservador Tea Party, da ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin, por incitar o confronto com os democratas”, comunicou o apresentador. Não foi informado quem era essa “muita gente”. Algumas horas depois, no Jornal da Globo, o correspondente Rodrigo Bocardi reiterou que “o Tea Party, liderado por Sarah Palin, é formado por conservadores extremos”.

É norma da redação: tudo que envolva a direita deve vir acompanhado de adjetivos como "extremista", "radical" e sobretudo "ultraconservador" (este último sempre enfatizado pelos locutores). Já a esquerda nunca leva adjetivo nenhum. Ela nem mesmo é identificada como tal. Na cabeça dos jornalistas, ser de esquerda é apenas ser normal.

Pois bem. Fui ouvir o que a Globo News está falando sobre as primárias republicanas. No Jornal das Dez, um dos apresentadores, ao chamar a correspondente, disse que os candidatos adotam “um tom radical, de direita mesmo” (portanto, não ser de esquerda já é radicalismo). A correspondente, Sandra Coutinho, concordou e ilustrou com uma informação apresentada em discreto tom de reprovação: Rick Perry, governador do Texas, “andou dizendo que a teoria da evolução é só uma teoria, e também disse que não acredita nessa história de aquecimento global”. Bem que me avisaram, esses conservadores são uns imbecis mesmo! Como ousam questionar duas verdades cujas provas de veracidade ainda não apareceram?


Bruno Pontes é jornalista.