"7 Violações da Objetividade Midiática" que definem o bias
1. Definições e terminologia enganadoras.
2. Registros desequilibrados.
3. Opiniões disfarçadas de notícias.
4. Falta de contexto.
5. Omissão seletiva.
6. Uso de fatos verdadeiros para extração de conclusões falsas.
7. Distorção dos fatos.
por Carlos Reis em 23 de novembro de 2004
Dos episódios recentes depois da morte de Yasser Arafat, um terrorista pranteado por multidões, um dos mais notáveis, sem dúvida, foi o comportamento da imprensa. Como paradigma deste comportamento quero lembrar o que ocorreu com um repórter da BBC que, diante das cenas do funeral de um dos maiores terroristas do nosso tempo, disse não poder conter as lágrimas que não sabia de onde vinham! Esse fenômeno psicológico-social é tão importante que exige uma análise, ainda que breve.
Felizmente, eu não sou jornalista. A verdade para mim é uma matéria objetiva na medida em que os fatos que a apontam são suficientes, isto é, apenas eles são essenciais à minha compreensão do que seja verdadeiro ou falso. Não fiquei triste vendo o enterro do Arafat; confesso até que gostei, me sentindo aliviado; imaginei os israelenses sentindo o mesmo! Isto está de acordo com os meus sentimentos. Eu tenho um lado e não preciso dissimular isso racionalizando o meu comportamento, porque meus argumentos se baseiam mais nos fatos (e nos valores que eles evocam ou violam) do que nas conseqüências e nas conveniências de sua revelação.
Entretanto, vejam o dilema de um jornalista que não pode parecer suspeito, ou parecer ter um partipris. Comigo não há nada disso. À verdade costumo dar um tratamento diferenciado, sabidamente não neutro. Não tenho nada a esconder. Se isso me serve para retoricamente persuadir os meus adversários das minhas idéias, tanto melhor; se a verdade assim apurada serve para me assegurar da certeza das minhas idéias, tanto melhor; no máximo estarei errado, e longe de mim estará a má fé, a transmutação de todos os valores.
O mesmo não pode acontecer com esse jornalista da BBC. Ele poderá ter dificuldades de agora em diante em mostrar a realidade “neutra” do conflito do Oriente Médio porque à mínima lembrança de Yasser Arafat, associará a sua morte o novo valor pelo qual chorou, isto é, admitirá em si a possibilidade do crime ser permitido, o terror ser assimilado, a destruição ser incorporada a estratégias válidas para a consecução de objetivos políticos e ideológicos. Estando preso à necessidade de fingir uma neutralidade jornalística, por tal não hesitará em mentir, distorcer, omitir, selecionar, editar a verdade objetiva. Para apaziguar a sua consciência, pois afinal, ele sabe que mente - imbuir-se-á de uma causa, munir-se-á de uma fé. Por fim, ele conscientemente continuará dizendo-se neutro – e quase todos se dizem neutros. Por que eles sinceramente se dizem neutros? É o que importa perguntar e investigar.
Outro exemplo. Quando vejo na mídia uma vítima e seu algoz, ou um seqüestrado e seu degolador, eu logo me emociono e tomo o partido da vítima; me aproximo dela e me afasto do algoz ou do carrasco, reagindo assim solidária e humanitariamente por força da educação e da formação que tive. Sempre fui assim. Por outro lado, isso nada me custa – conto com o apoio esmagador das pessoas normais e com parcela também gigantesca daquelas para as quais não há confusão entre quem é vítima e quem é bandido. Já o jornalista moderno, coitado, tem que permanecer eqüidistante – assim lhe ensinou a “neutralidade” -, porque isso é parte fundamental do bias. Depois de muito exercitar esse hábito orwelliano de negar a verdade que teima em se mostrar diante dos seus olhos, para atingir a “neutralidade” de um magistrado e assim “balancear a informação”, ele é capaz de permanecer equânime, eqüidistante de um Bin Laden e suas vítimas nas Torres; de Arafat e de suas vítimas em algum ônibus escolar israelense. Se ele assiste às cenas horríveis de decapitação protagonizadas por terroristas islâmicos, fleugmaticamente indaga-se se os assassinos não tinham razões para tal ato. Se ele escreve uma coluna, deixa sempre espaço para o “contraponto”, para um ‘mas’, um ‘porém’, garantias de sua neutralidade. Se entrevista o algoz e sua vítima, é capaz de perguntar com voz imperturbável o que o algoz está achando de tudo isso; o que ele sente, como se sente, se ele quer “dialogar”; ele chama isso “jornalismo democrático”. A vítima e seus familiares, aterrorizados por esta injustiça neutra e por essa democracia impiedosa perdem todas as esperanças! E de neutralidade em neutralidade a banalização do crime e do terror progride e a causa comuno-globalista avança.
Para o jornalista adestrado, e para o qual as conseqüências e as conveniências são muito mais importantes do que a verdade e os valores violados, terrorista nem sempre é terrorista, degolador nem sempre é degolador. Chamem um mediador, diz ele! Procurem um contraponto! Não deixem as vítimas ou seus advogados falarem sozinhas! E assim, populações inteiras de consumidores de notícias biased são ensinadas a pensar e se comportar. Relativizado o conceito de vítima e de terrorista, já não percebem mais a diferença disso. Essa praga moderna criada pela mídia globalizada chama-se desinformação, e sua ferramenta diária, o bias.
Talvez uma das principais vítimas da praga filosófica desse relativismo moral (além da sociedade, é óbvio!) seja o nosso amigo jornalista. Ele já nem percebe mais para quem trabalha e que causa defende. A notícia inconveniente que a ONU tinha terroristas do Hamas na sua folha de pagamento é por ele tratada com negação porque ela produz nele uma dissonância cognitiva tamanha que ele sofre realmente. Quando alguém revela que Saddan Hussein mandava U$ 25 mil dólares de dinheiro da ONU para as famílias dos homens-bombas do Jihad, ele passa mal e muda de assunto; lembra-se do Kofi Anan e suas negociatas, e não quer nem ouvir falar daqueles americanos abelhudos no Iraque. Volta a lembrar-se deles quando alguma criança inadvertidamente morre em um combate contra terroristas. Quando seu relativismo moral, consciente ou não, de boa fé ou não, se alia a preocupações de ordem pessoal, salarial, ou à manutenção do emprego, aí então morre rápida a verdade, e vence logo a versão mais cômoda! Por que não? Essa versão é mais do agrado do establishment. Talvez este recompense mais o seu comportamento. O negócio é construir desta maneira um pensar majoritário, coerente e firme, e ficar sempre do lado dele! Esta é a sua nova missão na Terra.
E o dilema com as palavras que nasce, então? Como soletrar e escrever a palavra ‘terrorista’ neste quadro, meu Deus? É melhor dizer militante, rebelde, insurgente, descontente, incomodado. E quando o terror é um comportamento coletivo, a expressão mais adequada, mais politicamente correta, talvez seja: ‘movimento social’, ‘povo unido’ (que jamais será vencido!), ‘manifestantes’, ‘populares enraivecidos’, etc. Por isso é norma nas agências de notícias e nos jornais – na Reuters, na BBC, no Guardians, por exemplo, suprimir a palavra terrorista. E, pasmem, até no site oficial de 1999 sobre terrorismo da Biblioteca do Congresso Americano (1999, não à toa, tempos de Bill Clinton!) Yasser Arafat não aparece como terrorista! Jimmy Carter não gostaria de ver o nome do seu colega “estadista” no rol dos terroristas mais bem sucedidos do século XX, não é mesmo?! Mas quando não é possível esconder o fato terrorista e por trás dele um serial–killer de massa, dada a enormidade da verdade, o jornalista adestrado ainda consegue um jeito de introduzir um “suposto atentado terrorista”! Pronto, o “suposto” resolve a questão, e de quebra ainda dá uma canja para as agendas socialistas, anti-americanas e anti-sionistas porque, afinal, é isso mesmo que ele está querendo, e é disso que eu estou tratando. Em suma, ele glamouriza o crime e o terror! Chama a tudo de ‘violência’, não crime, como se não houvesse crime, nem terror! Com isso ajuda a sumir com o crime e o terror da face do mundo. É uma espécie de filosofia de avestruz, como os militares uruguaios que, proibidos de mencionar os tupamaros – diziam no seu lugar: inomináveis! Mas que funciona, funciona!
Com algum treinamento, um jornalista amestrado é capaz de se convencer e convencer os seus leitores e ouvintes que o comunismo acabou mesmo; que os crimes nos últimos 10 anos de socialismo brasileiro estão diminuindo e não aumentando; que a nossa segurança nunca foi tão boa; que as CPIs já não são tão necessárias assim, e assim por diante. E também lá fora, desde que o alvo seja os Estados Unidos ou Israel, e a questão seja a supremacia do modo de vida socialista sobre o “capitalismo”, ou os “direitos” do povo palestino e seus agentes terroristas de matar israelenses (lhes negando ao mesmo tempo a legítima defesa), vale tudo para enganar o ilustre telespectador que do outro lado do mundo vê milhares de pessoas chorando por um assassino e logo querem chorar também em solidariedade comovente!
Esse bias está ficando intolerável. Ele é tão descarado que nos permite pensar que não pode durar muito, por ridículo que é! É como a sociedade de George Orwell: de tão absurda não inspira esperança em uma vida longa! É uma mentira sem pernas! Mas que diabos, mentir é o que mais sabem fazer os totalitários e amantes de todos os totalitários e, principalmente, seus agentes a soldo: os profissionais midiáticos da desinformatzia!
Nunca deixo de citar as SS alemãs que ostentavam o totenkampf, a marca da caveira, nos seus uniformes, como exemplo do mal que nem se esconde mais. No exterior ou na Alemanha os diplomatas SS, e os attachés militares SS, ostentando um símbolo da morte, prometiam nas embaixadas a paz com o ar mais solene. Como aquele logo da morte não inspiraria temor no mundo? Mas não inspirou. Quando o fez, já era tarde demais. Como os alemães não desconfiaram? Estavam anestesiados! Estavam goebbelizados!
Estamos próximos disso! Quando a sociedade não reconhece mais crimes e criminosos confessos, assumidos; terroristas notórios com seus métodos sanguinários e cruéis, como a decapitação pública, por exemplo - prova insofismável da maldade intrínseca de quem os comete, e não de quem os combate -; quando a sociedade não puder mais diferenciar uns e outros, eis chegada a hora da vitória do jornalista neutro: seu lado ganhou, seu bias valeu a pena! Então não fará mais diferença se o nosso presidente é um semi-analfabeto desastrado; que os governos petistas são incompetentes; que os comunistas derrotados das décadas de 60 e 70 estão todos no poder e nas redações se conferindo indenizações milionárias; não importará mais se Yasser Arafat matou milhares e envenenou milhões com seu ódio de homossexual psicopata. Para os agentes da transformação nada é mais importante que a sua contribuição para o Estado e o coletivismo!
Por isso talvez seja mais importante para o establishment eu não aparecer na CBN! Não que eu seja grande coisa. É que alguém melhor do que eu, mais informado do que eu, mais importante do que eu, pode vir a público e dizer tudo isso e de forma melhor, mais clara, para muitos brasileiros. O que seria então de uma imprensa que jura que o rei não está nu; que silencia diante dos crimes dos seus heróis Che Guevara, Fidel Castro, Saddan Hussein, Yasser Arafat, e que acredita e propaga que o Bush é o ogro do mundo?
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