Thursday, November 15, 2012

Normas de reportagem para o Oriente Médio

Da próxima vez que acompanhar o noticiário sobre Israel, assegure-se de saber ler nas entrelinhas.

Todos os meios de comunicação têm seu manual de estilo, elaborado de maneira tão clara e imparcial quanto possível. Hoje em dia, contudo, parece que o Ministério de Comunicação Palestino é quem publica e distribui seu manual a dezenas de jornais e outros veículos de comunicação.
Desde setembro de 2000, surgiu um novo “manual de estilo” de fato para os repórteres que cobrem a violência palestina contra Israel. Em alguns casos, as novas “normas de reportagem” são definidas pela própria linha editorial dos órgãos de informação.
Apesar do aspecto evidente de “jornalismo de encomenda”, é pouco provável que mãos conspiratórias estejam por trás de um desses manuais de estilo de fato. Na maioria das vezes, repórteres e correspondentes os adotam de modo informal, talvez até, de certa forma, sem plena consciência do que estão fazendo.
Invariavelmente, as novas regras são tendenciosas contra Israel.
Até agora, a tendenciosidade parece ter causado um impacto pequeno na opinião pública americana sobre Israel. Já na Europa, onde o tom antiisraelense é mais forte, mais estridente, o efeito é outro.
Seguem-se oito “normas” de reportagem sobre o Oriente Médio, extraídas de centenas de artigos e noticiários:

Regra nº 1 – Sensacionalize a intensidade e o alcance das ações militares israelenses.
Chame-as de “agressivas”, “devastadoras” ou “intensas”. Refira-se às incursões aos territórios palestinos como “de grande extensão”, mesmo quando se trata de apenas 250 metros.
Por outro lado, refira-se a ataques de morteiros palestinos como “ineficazes” ou “sem vítimas”, embora a intenção dos que atiram com os morteiros seja malévola.

Regra nº 2 – Suavize a violência palestina.
Não rotule as explosões de bombas e os tiroteios contra civis judeus como “terrorismo”, nem os perpetradores de “terroristas”. Diga “militantes” ou “ativistas”. Bombas plantadas no meio de mercados públicos israelenses não são “terrorismo”.
Manifestação de palestinos.

Justifique diferenças na abordagem. Por exemplo, ao referir-se a atentados do IRA como “terroristas”, a BBC News Online alegou: “Nosso noticiário doméstico sempre usou ‘terroristas’ para a Irlanda do Norte… mas a política do noticiário internacional é a de não qualificar ninguém nesses termos”. Segundo a editora da BBC Newshour, Maya Fish, “a palavra ‘terrorista’ nunca é usada em nosso noticiário internacional, não importa quem plante bombas, destrua ou mate.”

Regra nº 3 – Culpe os assentamentos judeus.
Atenue a agressão palestina chamando as vítimas israelenses de “colonos” e os locais dos atentados de “assentamentos” ou “territórios ocupados”. Designe os arredores de Jerusalém, como Gilo ou French Hill, por “assentamentos” e “enclaves de colonos” – ainda que esses locais sejam parte de Jerusalém há trinta anos e abriguem dezenas de milhares de famílias judias de classe média. Quando possível, também chame de “assentamentos” as cidades localizadas na Linha Verde*, como Sderot.
Vá além e refira-se a todas as vítimas judias como “colonos” – quer se trate de um garoto de quatorze anos ou de um bebê de dez meses.
Desumanize os residentes judeus de Jerusalém, da Cisjordânia e de Gaza reunindo-os em uma entidade civil ampla, como faz o The New York Times ao se referir a “soldados, colonos e civis israelenses”.

Regra nº 4 – Condene os líderes israelenses; solidarize-se com o Fatah e o Hamas.
Diga sempre de Netanyahu: “linha-dura”, “criminoso de guerra”, “repudiado pelos árabes” ou “demolidor”.
Nunca diga de dos políticos palestinos: “ex-terrorista”, “belicoso”, “corrupto” ou “despótico”.

Regra nº 5 – Culpe Israel por todas as mortes palestinas.
Culpe Israel, seja por “acidentes de trabalho” em fábricas de bombas palestinas, manifestantes atingidos por tiros palestinos destinados a soldados israelenses, ou feridos durante tumultos gerados por um atentado suicida ou uma explosão de ônibus.
Crianças israelenses que foram mortas em sua casa, enquanto dormiam, por um terrorista palestino.
Árabes mortos em acidentes automobilísticos também podem ser creditados a Israel. No começo de outubro de 2000, muitas versões culpavam os israelenses pelo espancamento seguido de morte de Issam Judeh Mustafa Hamed. Em 2 de novembro, patologistas indicados pela Autoridade Palestina concluíram que Issam Judeh havia morrido em um acidente de trânsito. É desconhecido o número de “mártires” que tiveram morte natural, ou foram mortos em acidentes e disputas internas.
Além disso, refira-se a crianças palestinas como traumatizadas, órfãs, assassinadas ou gravemente feridas – mesmo que pelas próprias balas ou bombas palestinas. Nunca mencione as crianças israelenses vitimadas pelos ataques palestinos.

Regra nº 6 – Empregue os verbos da maneira adequada.
Use a voz passiva para descrever as mortes palestinas – “foi morto a tiros” ou “foi abatido” por soldados israelenses.
Por outro lado, use o intransitivo para não evidenciar a culpa palestina. Diga que o tiroteio “irrompeu”. A manchete sobre a morte de Shalhevet Pass, o bebê de dez meses assassinado por um atirador palestino, dizia: “Criança judia morre na Cisjordânia”.
Quando possível, justaponha duas mortes, responsabilizando os israelenses por uma delas e deixando a outra sem autoria. Por exemplo: “Durante confrontos perto da aldeia de Dura, na Cisjordânia, um menino palestino de onze anos foi morto pelas tropas israelenses. Testemunhas dizem que o menino observava a troca de tiros entre soldados israelenses e atiradores palestinos, quando foi atingido no peito. Na segunda-feira, um bebê israelense de dez meses foi morto em tiroteio nas proximidades de Hebron”.

Regra nº 7 – Compense uma morte israelense, mencionando uma morte palestina sem qualquer relação com a primeira.
Compense uma atrocidade dos terroristas, como a explosão de um ônibus, com a morte de uma mulher idosa ou de uma criança palestina, mesmo que esta tenha ocorrido muito tempo antes da outra.
Noticiando a chocante carnificina de dois adolescentes israelenses perto de Tekoa, a CNN deu à matéria o título “Encontrados mortos dois adolescentes israelenses” e colocou logo embaixo a foto de um bebê palestino morto uma semana antes.
Em outra reportagem, a CNN noticiou: “Um israelense foi morto e outros ficaram feridos em atentados nas estradas da Cisjordânia nesta terça-feira. Os ataques aconteceram em seguida a explosões e confrontos em Gaza e na Cisjordânia que tiraram sete vidas palestinas”. Esse foi o relato, apesar das explosões em Gaza terem sido um “acidente de trabalho” em uma fábrica de bombas palestina.

Regra nº 8 – Invoque nomes árabes para os lugares santos.
Use termos árabes para os locais sagrados, mesmo quando o termo em hebraico for o padrão em qualquer enciclopédia, texto acadêmico, documento diplomático ou outra fonte aceitável no Ocidente.
Vista do Monte do Templo, que os árabes e grande parte da mídia chama de "Esplanada das Mesquitas".

Evite chamar o Monte do Templo de “o local mais sagrado do judaísmo”, ou Jerusalém de “a capital dos judeus há três mil anos”. Referências ao Monte do Templo devem ser qualificadas como meras pretensões: “que Israel reivindica ser o local do Primeiro e do Segundo Templos”.
De preferência, o Monte do Templo é “Haram al Sharif, o terceiro local mais sagrado dos muçulmanos”, ou “o lugar mais santo para os muçulmanos em Jerusalém”. Por contraste, nunca diga que Hebron, onde estão as tumbas dos patriarcas judeus, é “o segundo local mais sagrado do judaísmo”, nem que o sepulcro de Raquel, perto de Belém, é “o terceiro local mais sagrado para os judeus”.
Quando necessário, descubra um termo árabe bem obscuro, para aplicá-lo, por exemplo, à Porta de Jaffa, a entrada principal para a Cidade Velha de Jerusalém: “Bab al-Khalil”.


Regra nº 9 – Omita fatos que não se encaixem na narrativa "Árabes oprimidos, israelenses opressores" e não contextualize as informações.
Do início de 2011 até 17 de julho, mais de 160 foguetes foram disparados contra Israel - inclusive durante o peírodo de cessar-fogo e causando várias vítimas fatais. De 2001 até final de 2008 mais de 8600 foguetes foram lançados por palestinos.
No dia 11 de março de 2011 dois palestinos invadiram a casa da família Fogel no meio da noite e mataram a facadas pai, mãe e três filhos - um menino de 11 anos, outro de três e um bebê de 3 meses. O bebê foi decapitado (New Oriente Médio: Massacre em Itamar).
No dia 28 de setembro, durante o ano novo judaico, Asher Palmer (25) e seu bebê Yonatan morreram depois que o carro em que estavam perdeu o controle ao ser apedrejado por palestinos. Depois de morto o homem ainda teve seus objetos roubados pelos assassinos. (Israeli Father Asher Palmer, Baby Killed in Terrorist Attack)

Depois dos assassinatos os paletinos distribuíram doces nas ruas de Gaza comemorando o ocorrido (Gaza Residents Hand Out Candy to Celebrate Itamar Massacre).
Nenhum desses fatos foi publicado na grande imprensa brasileira. Mas quando jovens israelenses, revoltados com a violência palestina e a falta de resposta de seu governo, picharam "guerra" no muro de uma mesquita, o Jornal Nacional noticiou com estardalhaço os fatos. Sem informar a causa das manifestações ou motivo da escalada do setimento anti-árabe. Como se fosse apenas mais uma demonstração gratuita de intolerância e racismo.

Conclusão
Mesmo que não seja uma “conspiração”, estabeleceu-se uma “convenção” antiisraelense nos meios de comunicação. Como esse “manual de estilo” se desenvolverá nos próximos tempos? Tudo depende dos resultados dessa batalha que está sendo travada na mídia.

Monday, October 22, 2012

African Refugees Say Arab Muslims More Racist than Europeans


Under liberal dogma, the world is divided between the evil European colonialist exploiters of doom and the Oppressed masses of the Third World. In the real world, things are very different.
This is Morocco, one of the few moderate Arab countries, though not for long with the victory of an Islamist party. It’s fairly tolerant by Muslim standards, which is still wildly intolerant by European standards.
“Be careful, those blacks might eat you,” a Moroccan juice seller in the little border town of Fnideq warned us. They might what? “Yes, really,” he replies. “They can do anything.”





“Arabs hate black people. And that is not from today, it is in their blood,” says Aboubakr, a young man from Senegal who is hoping eventually to cross over into Europe. He spent almost a year in Morocco’s capital Rabat before coming to this forest camp near the Spanish border and his experiences there left him feeling bitter.
“Friends of mine were attacked with a knife. Bandits target us because they know we cannot go to the police, even if we are robbed and hurt. Having no papers, we will be caught instead. Blacks have no rights here.”
American liberals like to compare the plight of Muslims to the segregation of black people in the United States, in fact it’s Muslims who practice segregation of Africans.
Aboubakr is also insulted that Moroccans “cannot believe many of us are Muslims too”. According to him, people are surprised when they see him kneeling for prayer. “They don’t think a black can be Muslim.”
The migrants are reluctant to believe that they might meet more racism in Europe than in Morocco. If they finally manage to cross the border “Black and white people are good together,” claims Aboubakr. “In Holland, there are many blacks on the national soccer team. Moroccans are just jealous.”
And that’s part of why you have a flood of African refugees to Europe, not into the Muslim world.  And here’s a little view of life for Africans in Iraq.

Thursday, October 04, 2012

A imperdoável cegueira ideológica de Eric Hobsbawm


Faleceu hoje Eric Hobsbawm, aos 95 anos de idade
O historiador Eric Hobsbawm ( Roland Schlager/EFE)
Maior historiador esquerdista de língua inglesa, Eric Hobsbawn, morto na última segunda-feira, aos 95 anos, foi um idiota moral. Essa é a verdade incômoda que os necrológios, publicados em profusão, quase sempre fizeram questão de ignorar. Marxista irredutível, Hobsbawn chegou a defender o indefensável: numa entrevista que chocou leitores, críticos e colegas, alegou que o assassinato de milhões orquestrado por Stalin na União Soviética teria valido a pena se dele tivesse resultado uma "genuína sociedade comunista". Hobsbawn foi de fato um historiador talentoso. Nunca fez doutrinação rasteira em suas obras. Mas o talento de historiador, é forçoso dizer, ficará para sempre manchado pela cegueira com que ele se agarrou a uma posição ideológica insustentável.
Essa posição lança sombras sobre uma de suas obras mais famosas, A Era dos Extremos, livro de 1994 que, depois da trilogia sobre o século XIX composta pelos livros A Era das Revoluções,A Era do Capital e A Era dos Impérios, lançados entre 1962 e 1987, se dedica a investigar a história do século XX –  quando Hitler matou milhões em seus campos de concentração e os regimes comunistas empreenderam os seus próprios extermínios. Hobsbawm se abstém de condenar os crimes soviéticos, embora o faça, com toda a ênfase, com relação aos nazistas.

Outro eminente historiador de origem britânica, Tony Judt (1948-2010), professor de história da New York University que fez uma longa resenha do livro de memórias de Hobsbawm, Tempos Interessantes, advertia já em 2008 que o colega ficaria marcado por sua posição política. “Ele pagará um preço: ser lembrado não como ‘o’ historiador, mas como o historiador comunista”, disse em entrevista ao jornal The New York Times. Em texto publicado pela revista The New Criterion, o escritor David Pryce-Jones também apontou o prejuízo da ligação de Hobsbawm com o pensamento marxista. “A devoção ao comunismo destruiu o historiador como um pensador ou um intérprete de fatos.”

O entusiasmo com a revolução bolchevique, aliás, não foi a única fonte de tropeços morais para Hobsbawm. A conflituosa relação com as raízes judaicas – seu sobrenome deriva de Hobsbaum, modificado por um erro de grafia – o levou a apoiar o nacionalismo palestino e, ao mesmo tempo, a negar igual tratamento a Israel.

Biografia – A história pessoal de Hobsbawm ajuda a entender sua adesão ao marxismo. Nascido no ano da Revolução Russa, 1917, em Alexandria, no Egito, ele se mudou na infância para Viena, terra natal materna, onde perdeu ainda adolescente tanto a mãe quanto o pai, um fracassado negociante inglês que permitiu a ele ter desde cedo o passaporte britânico. Criado por parentes em Berlim na época em que Hitler ascendia ao poder, ele viu no comunismo uma contrapartida ao nazismo.

Da Alemanha, Hobsbawn seguiu para a Inglaterra. Durante a guerra, serviu numa unidade de sapeadores quase que inteiramente formada por soldados de origem operária - e daí viria, mais que a simpatia, uma espécie de identificação com aquela que, segundo Marx, era a classe revolucionária. Ele estudou em Cambridge, e se filiou ao Partido Comunista, ao qual se aferraria por anos. Nem mesmo após a denúncia das atrocidades stalinistas feita por Nikita Khrushchov em 1956, quando diversos intelectuais romperam com o comunismo, ele deixou o partido.

Hobsbawm só desistiu de defender com unhas e dentes o sistema após a queda do Muro de Berlim, em 1989. “Eu não queria romper com a tradição que era a minha vida e com o que eu pensava quando me envolvi com ela. Ainda acho que era uma grande causa, a causa da emancipação da humanidade. Talvez nós tenhamos ido pelo caminho errado, talvez tenhamos montado o cavalo errado, mas você tem de permanecer na corrida, caso contrário, a vida não vale a pena ser vivida”, disse ele ao The New York Times, em 2003, em uma das poucas declarações em que admitia as falhas do comunismo – porém, sem dar o braço verdadeiramente a torcer.

Wednesday, February 15, 2012

Sean Penn should return his Malibu estate to the Mexicans


Ignore the hippie visuals: Sean Penn is an imperialist lackey


I’d like to make a statement about the growing crisis in the Americas. It’s time for justice. It’s time for liberty. It’s time to end the ludicrous and archaic commitment to colonialist ideology. It’s time Sean Penn handed his Malibu estate back to the Mexicans.

Sean Penn pretends to be a friend of the developing world, but really he is not. To be fair, his recent call for the Falkland Islands to be returned to Argentina was an admirable strike against capitalist imperialism. Moreover, I and the entire North Korean press corps cheered him on when he flew to Iraq to parley with Saddam Hussein, or when he spoke about Hugo Chavez in such glowing terms. But there have always been hints that his sympathy isn’t really with the workers at all. Aside from that time that he spent 32 days in prison for hitting an extra, his net worth of an estimated $150 million is a bit of a giveaway.

His continued occupation of Malibu is an unacceptable mockery of national self-determination. The Mexicans owned that stretch of real estate well into the early 19th century and it was stolen by the Americans in a naked act of imperialist aggression. America’s claim over Malibu is tenuous and rooted in patriarchy. Sean Penn’s house is a mocking reminder of that brute chauvinism, with its high white walls and spacious interiors. Its swimming pool is an insult to the honour of the Mexican people.

Now, I know that some will say that the Mexicans never actually lived on Sean Penn’s estate. But how many of them have worked there? Think of the maids, the cleaners, the butlers, the pool boys, the cooks, the gardeners. Think of the sweat that has dripped pouring Martinis, or the blood that was spilt pruning the roses. Truly, Sean Penn’s estate is part of Aztlan.

If diplomatic discussions break down, who could blame Mexico for resorting to military action to reclaim Mr Penn’s estate? Not I. Some might say that it would be an act without legal sanction or genuine historical cause. But that’s not the point. The people of Mexico want Sean Penn’s estate, so they should have it. Because stealing stuff from the rightful owners is the only way to combat colonialism.

Sunday, January 22, 2012

“Um tom radical, de direita mesmo.”

Começou o processo de escolha do candidato republicano que enfrentará Barack Obama em novembro. Significa que o Comitê do Partido Democrata para o Brasil (vulgo “escritório da Globo nos Estados Unidos”) tem pela frente grandes oportunidades para desinformar os seus telespectadores e fazê-los acreditar que os direitistas americanos são um bando de idiotas.

Não deixa de ser um avanço. Um ano atrás, os correspondentes da Globo, altamente capacitados no ofício de ler o esquerdista New York Times e repetir a coisa para o público brasileiro, estavam insinuando que certos direitistas lá, além de serem idiotas, incitam o assassinato de adversários políticos. Vocês devem se lembrar da deputada baleada na cabeça por um transtornado mental no estacionamento de um mercantil no Arizona.homoglobalis usa msm

Gabrielle Giffords é deputada pelo Partido Democrata. Com base nisso, seus correligionários na imprensa elucidaram o caso em menos de vinte minutos: ela foi vítima de um atentado tramado pela venenosa Sarah Palin, alçada ao posto de líder de um grupo de extremistas determinados a derrubar o governo do santo Obama, a quem se opõem por puro racismo.

O Jornal Nacional foi logo reproduzindo: “Muita gente está acusando o grupo extremamente conservador Tea Party, da ex-candidata a vice-presidente Sarah Palin, por incitar o confronto com os democratas”, comunicou o apresentador. Não foi informado quem era essa “muita gente”. Algumas horas depois, no Jornal da Globo, o correspondente Rodrigo Bocardi reiterou que “o Tea Party, liderado por Sarah Palin, é formado por conservadores extremos”.

É norma da redação: tudo que envolva a direita deve vir acompanhado de adjetivos como "extremista", "radical" e sobretudo "ultraconservador" (este último sempre enfatizado pelos locutores). Já a esquerda nunca leva adjetivo nenhum. Ela nem mesmo é identificada como tal. Na cabeça dos jornalistas, ser de esquerda é apenas ser normal.

Pois bem. Fui ouvir o que a Globo News está falando sobre as primárias republicanas. No Jornal das Dez, um dos apresentadores, ao chamar a correspondente, disse que os candidatos adotam “um tom radical, de direita mesmo” (portanto, não ser de esquerda já é radicalismo). A correspondente, Sandra Coutinho, concordou e ilustrou com uma informação apresentada em discreto tom de reprovação: Rick Perry, governador do Texas, “andou dizendo que a teoria da evolução é só uma teoria, e também disse que não acredita nessa história de aquecimento global”. Bem que me avisaram, esses conservadores são uns imbecis mesmo! Como ousam questionar duas verdades cujas provas de veracidade ainda não apareceram?


Bruno Pontes é jornalista.

Thursday, December 08, 2011

Aplausos para ONGs

Presidente do "Viva Rio": que tal assumir de vez o nome "Viva Bandido"?

por Peter Hof em 15 de fevereiro de 2007


Resumo: Qual seria a reação do Viva Rio se em vez do menino João Hélio a vítima fosse um "di menor", armado, que tivesse sido morto a tiros ao invadir uma residência?

© 2007 MidiaSemMascara.org


Qualquer pessoa de bom senso, que leia quotidianamente os jornais, certamente já terá observado a relação, para se dizer no mínimo estranha, entre ONGs como a Viva Rio, do Rio de Janeiro, e a Sou da Paz, de São Paulo, e as forças da marginalidade que atormentam a vida do cidadão de bem. Essas instituições vivem às custas de gordas contribuições de governos estrangeiros - a Viva Rio recebe, de acordo com o Embaixador Inglês em Brasília, 2,5 milhões de reais por ano, fora as doações de fundações estrangeiras como a Soros, Ford e Rockfeller.

A coisa chega a tal ponto que por ocasião do Referendo sobre o Comércio de Armas, de outubro de 2005, a Justiça Eleitoral proibiu que essas duas ONGs se envolvessem nas campanhas, que antecederam o referendo, devido às suas relações com entidades de outros países. E a coisa não fica por aí: as arcas do Tesouro Nacional despejam, sem nenhum tipo de controle, imensas somas de dinheiro para essas ONGs. Sempre é bom lembrar que essa dinheirama tem origem na carga tributária de quase 40% que a população brasileira, exaurida, carrega nos ombros.

Para exemplificar o que está escrito acima pincei quatro exemplos recentes:
Caso 1: Os leitores deste Mídia Sem Máscara, que também me honram com sua leitura, devem estar lembrados de um artigo intitulado " E agora, senhor Rubem César Fernandes?" em que eu manifestava minha indignação pela apaixonada defesa que o senhor Fernandes, dirigente da ONG Viva Rio, fazia do dirigente comunitário William de Oliveira. Oliveira, dirigente comunitário na favela da Rocinha, Rio de Janeiro, e protegé do senhor Fernandes, estava atolado em acusações de ligações espúrias com o tráfico que domina aquela favela.

Indignado com a "injusta perseguição" que a polícia vinha fazendo a um inocente dirigente comunitário, o sociólogo (Deus deu cangurus para a Austrália e sociólogos para o Brasil) Rubem César saiu-se com esta cândida explicação sobre as mentiras do dirigente comunitário à polícia, publicada no jornal O Globo de 5/3/05: "Mentira não chega a ser crime". E a turma da patifaria resolveu levar a sério e ampliar o âmbito da declaração do doutor Fernandes: acrescentaram que também não chega a ser crime receber dinheiro para votar matérias de interesse do governo no caso do mensalão que, por extensão, também não chega a ser crime receber propina em negociatas com ambulâncias. Não chega a ser crime receber veículos Land-Rover de fornecedores do governo. E comprar dossiês falsos sobre candidatos da oposição? Crime? Nem pensar, quando muito é um escorregão de bem intencionados aloprados. Como se viu, "bons exemplos" são facilmente absorvidos por uma significativa parcela da população...
Para azar do sociólogo e do líder comunitário, o jornal O Dia - que pelo visto não concordava com o final que queriam dar à história - publicou uma série de cinco arrasadoras reportagens mostrando que acobertar roubo de armas do Exército e entregar aos traficantes rádios de comunicação comprados pela associação comunitária (muito provavelmente com dinheiro doado pelo Viva Rio), podiam ser considerados "apenas" como "pequenos desvios de conduta" só para o pessoal do Viva Rio, o que resultou na prisão de William de Oliveira.

Caso 2: Ano passado, admitam ou não as "autoridades competentes", o crime organizado efetuou uma verdadeira ação de guerrilha urbana em São Paulo. Um grande número de policiais civis, PMs e até bombeiros foram cruelmente chacinados no decorrer de poucas horas. Alguém viu ou leu alguma declaração do Sou da Paz condenando a chacina de agentes da lei? Se alguém leu por favor me escreva. Agora, bastou a polícia começar a responder ao ataque e matar alguns bandidos para que todo mundo caísse de pau nas "desumanidades" cometidas pela polícia. Não se trata aqui de negar a existência de exageros por parte de alguns maus policiais, ações essas que devem ser severamente punidas. O que não se pode aceitar é a forma como as coisas foram colocadas por uma parte da imprensa. Só faltaram dizer que um grupo de pobres desafortunados, vítimas de uma sociedade cruel e excludente, foi barbaramente trucidado por infames policiais.

Caso três: Em 8/10/2006 uma viúva de 67 anos, moradora no bairro do Flamengo, Rio, cansada de ser ameaçada por ladrões, deu um tiro em um vagabundo que tentava assaltá-la. O mundo quase veio abaixo. Um integrante do Viva Rio declarou que ela merecia apodrecer na cadeia; o senhor Antonio Rangel Bandeira, outro "especialista" do Viva Rio ouvido pelo jornal O Globo - para esse jornal, "especialista" é qualquer pessoa de uma ONG contrária ao direito de autodefesa - criticou o fato de um juiz ter soltado a viúva. Suas palavras publicadas no jornal da Família Marinho: - "A gente fica com pena, mas leis devem ser cumpridas". Pablo Dreyfus, também do sempre presente Viva Rio, declarou que o caso abre um precedente perigoso quando se solta alguém que infringe a lei, embora o tenha feito em defesa da própria vida. Para o senhor Dreyfus e o senhor Bandeira a única lei por eles aceita é da total submissão dos cidadãos de bem aos desmandos da bandidagem.

Caso quatro: O Rio de Janeiro e o Brasil assistiram horrorizados a um ato de barbárie que nem os carrascos nazistas, os mais insensíveis dos seres humanos, seriam capazes de perpetrar: uma criança de seis anos foi arrastada por mais de sete quilômetros por um carro dirigido por marginais. Um policial que chegou ao local contou que chorou ao ver o estado do corpo da criança, completamente dilacerado e não conseguiu transmitir pelo rádio a mensagem. A revolta atingiu níveis nunca vistos neste desgraçado país. O jornal O Globo recebeu em 12 horas mais de 2.500 e-mails de cidadãos revoltados contra um ato que ultrapassa todos os limites até então imaginados da selvageria. Entre essas milhares de manifestações, pincei uma do leitor Jader
Neiva Mello, publicada em 10/2/2007:

"Até agora não vi, ouvi nem li notícia que algum órgão de direitos humanos tenha ido prestar solidariedade à família do menino João. Porém já li sobre a preocupação da ONG Viva Rio para com os bandidos. É sempre assim: vamos defender os facínoras".

Tem toda a razão o referido leitor. Vejam o que declarou o amigo do marginal William de Oliveira, o sociólogo (lembram-se da história da Austrália e dos cangurus?) e dirigente do Viva Rio sobre o caso, em entrevista ao Globo (sempre ele...):

"É uma coisa sem nome, totalmente insuportável. As pessoas de meu trabalho comentaram o assunto durante todo o dia. A violência chegou ao limite da insensibilidade. O perigo é a sociedade entrar nesse clima de violência, ser dragada (sic) por esse sentimento e querer fazer justiça com as próprias mãos".

Perceberam qual a maior preocupação do sociólogo Fernandes? É de a sociedade chegar ao limite da paciência e da capacidade de suportar os golpes que leva diariamente, de ver corrupção e desvio do dinheiro que deveria ser investido em sua segurança parar nos bolsos de mensaleiros e sanguessugas e resolver fazer justiça com as próprias mãos! Para os membros do Viva Rio o que importa é que, acima de tudo, animais que executam mulheres nas ruas, que incendeiam famílias inteiras dentro de carros, que praticam tiro ao alvo em policiais e extorquem e aterrorizam toda uma sociedade, tenham seus direitos humanos respeitados. Será que para variar um pouco, e talvez conseguir mais verbas de fundações e governos estrangeiros, o Viva Rio não pode mudar a cantilena e se preocupar também com os direitos humanos das vítimas? Eles podem começar dando assistência à família de Rônei Cândido Resende, 32 anos, escrivão da Polícia Federal, que em 11/2/2007, ao ser descoberto que era policial foi executado com 9 tiros de fuzil, seu corpo foi colocado na mala de seu próprio carro que foi incendiado pelos perpetrantes, um grupo de vítimas da exclusão social.

Não lembro de ter visto durante toda minha vida uma manifestação de solidariedade e indignação como agora no caso do menino João Hélio. Reunidos na mesma dor e na mesma revolta lá estavam o Governo do Estado, o Governo da Cidade, A Cúria Metropolitana, a Sociedade de Pediatria do Rio de Janeiro, comerciantes como a Confeitaria Colombo que distribuiu fitas pretas aos clientes e pilotos de asa-delta. O site Orkut reuniu 22.255 membros protestando contra o fato. Até mesmo uma escola de samba pretende fazer uma homenagem a João Hélio no desfile de carnaval. Tudo isto não foi suficiente para fazer com que um membro sequer do Viva Rio juntasse sua voz à de milhares de pessoas em uma das raras e contundentes manifestações de uma sociedade entorpecida pela violência que a tem afligido por décadas.

Deixo aos leitores uma pergunta: Qual o ilustre leitor (a) acredita que seria a reação do Viva Rio se em vez do menino João Hélio a vítima fosse um "di menor", armado, que tivesse sido morto a tiros ao invadir uma residência?

O leitor que teve a paciência de ler este texto até aqui deve estar se perguntando a razão para o título desse artigo: Viva quem? Creio que a melhor reposta está contida na carta do leitor Rodrigo Dardeau Vieira, publicada no Globo de 12/10/2006, comentando o caso da idosa que atirou no bandido:

"Quer dizer então que a turma do Viva Rio revogou o direito de legítima defesa, quer a prisão daquela senhora que reagiu a um assalto e a considera uma ameaça à sociedade? Diante disso, proponho a imediata mudança de nome da referida ONG para VIVA BANDIDO! Fica bem mais de acordo".

Ah, a velha, mas sempre bela sabedoria popular!

E agora, senhor Rubem César Fernandes?

Em artigo publicado aqui no MÍDIA SEM MÁSCARA de 09/03/05 eu citei uma entrevista dada pelo senhor Rubem César Fernandes, diretor do Movimento Viva Rio, à jornalista Taís Mendes, publicada em O Globo de 05/03/05, pág. 21. Na referida matéria ele fazia uma apaixonada defesa de William de Oliveira, presidente de uma organização de moradores da favela da Rocinha e acusado de ligações com o tráfico. Para defender seu protégé, o senhor Fernandes comete verdadeiros absurdos e afrontas ao bom-senso ao declarar que o dirigente comunitário, que em vez de chamar as autoridades joga, ou manda jogar no mato fuzis que haviam sido furtados das Forças Armadas, é coerente com o William que conheci. E que: Mentira não chega a ser crime.

Tudo indica que até para o jornal da família Marinho, que publica num mesmo dia anúncios de prostituição e reportagens contra o lenocínio, o destempero verbal do senhor Fernandes, fiel escudeiro do jornal O Globo na campanha do desarmamento, foi longe demais.

A impressão que ficou é que para consertar as coisas, a direção do jornal escalou um jornalista respeitado: Zuenir Ventura, que na quarta-feira, 09/03/05, publicou em sua coluna semanal de 1/3 de página um artigo intitulado Versão Polêmica, onde procurou livrar a cara do dirigente da comunidade da Rocinha. Interessante que um jornalista tarimbado como Zuenir cometa um erro básico e mortal para quem pretende bem informar seus leitores: o de dar voz somente a um lado interessado, “por acaso”, o do senhor William de Oliveira. Zuenir baseia seu artigo em uma entrevista que o dirigente comunitário deu a uma outra pessoa (Xico Vargas) em um site chamado Nominimo. Entretanto nada o impediria, em nome de um jornalismo isento, que Zuenir telefonasse para o secretário de Justiça e ouvisse sua versão dos fatos, de vez que as acusações eram graves e incluíam o próprio titular daquela pasta.

Aproveitando a oportunidade única que lhe era oferecida, o dirigente comunitário posou de vítima do sistema e de uma armação da Polícia. Segundo ele, o doutor Marcelo Itagiba, secretário de Segurança Pública do estado do Rio de Janeiro não queria que o Ministro Edson Vidigal do STJ, que tinha uma visita planejada à favela da Rocinha, se encontrasse ‘com um dirigente de nada, um preto favelado’ (Atenção: isto é transcrição literal do que foi dito na matéria escrita por Zuenir). William reiterou que tudo o que querem é arruinar sua ilibada reputação e Zuenir encerra a matéria com as seguintes palavras: “Há informações que William diz só fornecer à Justiça. A ela caberá decidir se houve de fato armação política.”

A matéria de Zuenir teve pronta resposta do doutor Itagiba, publicada na seção de cartas de O Globo de 10/03/05 que negou categoricamente a frase racista a ele atribuída, e mostrou fatos e ações da PM e da Polícia Civil na verdadeira Zona de Guerra que é a favela da Rocinha.

Por uma dessas ironias da vida, no domingo seguinte, a revista Veja de 16/03/05, trouxe uma extensa reportagem intitulada O Fio da navalha, com transcrições de conversas do líder comunitário onde fica exposto todo o envolvimento de William de Oliveira com o crime organizado. Ao contrário das unilaterais afirmações de Rubem César Fernandes e Zuenir Ventura, a matéria de mais de três páginas da Veja traz testemunhos de pessoas com vasto conhecimento dos problemas das favelas: a antropóloga Alba Zaluar, que há 25 anos estuda a violência nas favelas e o domínio do tráfico, e do deputado Carlos Minc, que comprovam as espúrias ligações entre o tráfico e um substancial número de lideranças comunitárias em favelas.

O capítulo seguinte da emocionante novela aconteceu no dia 17/03/05 quando o Secretário de Segurança Pública e o senhor Rubem César Fernandes foram solicitados pelo Globo a expressar suas opiniões sobre O Caso Rocinha. Não vale a pena aqui fazer uma análise profunda do artigo do doutor Itagiba, uma vez que este se concentra em demonstrar com números a ação da polícia em comunidades como a Rocinha e outras. Do que ele escreveu discordo apenas quando diz que nos últimos dois anos mais de 30 mil armas foram retiradas das mãos de criminosos. A razão de minha discordância é a matéria publicada em O Globo que informa que a polícia apreendeu, em 2004, 880 armas (18/01/05, pág. 10). Se a afirmação do doutor Itagiba é correta, no ano de 2003 foram apreendidas 29.120 armas, o que me parece um pouco exagerado, se comparado com 2004.

O senhor Rubem César Fernandes em sua matéria (quem sabe, devido a ajuda de um ghost-writer) foi bem mais moderado do que quando faz declarações aos jornais. Até aí nada demais: ele está na boa companhia do Presidente da República que quando fala de improviso faz inveja aos melhores autores de besteirol. Ele abriu a matéria, intitulada Insurreição pela cidadania, relatando que em 2004 o Movimento Viva Rio desenvolveu 1.134 projetos em favelas e periferias pobres. Segue dizendo que estas ações foram desenvolvidas com 1.380 instituições parceiras. Ele só “esqueceu” de dizer, ou de contestar as afirmações contidas em Veja, que daquele total apenas 73 (5,3%) ações foram em parceria com entidades de moradores. Que explicação teria o dirigente do Viva Rio para o fato? Teria sido também muito interessante se o senhor Fernandes, um dos paladinos da nefanda Campanha do Desarmamento, nos dissesse quantas atividades para o recolhimento de armas, do mesmo tipo que o Movimento Viva Rio leva a cabo quase que em caráter permanente na sua própria sede, em igrejas e em outros locais da cidade, foram também desenvolvidas nas comunidades onde o Viva Rio atua, e quantas armas foram entregues pelos moradores dessas comunidades.

Outro ponto interessante no artigo do senhor Fernandes é a seguinte frase: Não fazemos contato direto com bandidos, nem com a polícia mineira. Está aí uma coisa que não entendi: contato direto o pessoal do Movimento Viva Rio não faz, isto pressup&oti lde;e que eles fazem contatos indiretos? Talvez seja este o papel do senhor William de Oliveira. Fazer a parte dura do trabalho para que o pessoal do Movimento Viva Rio continue recebendo generosas doações tanto do Brasil como do exterior, sem a necessidade de sujar as mãos nem correr riscos. Mais adiante o senhor Fernandes escreve: Preservamos nossa segurança (alguém diria “integridade”) à custa do risco de nossos parceiros. Como alguém pode defender alguém a quem está usando como bucha de canhão? Ainda segundo o senhor Fernandes: os integrantes do Viva Rio receberam a graça de não ter nenhuma só pessoa nossa ferida ou morta em conflito . Enquanto isso 350 líderes comunitários foram assassinados no município do Rio de Janeiro entre 1992 e 2001 (O Globo 20/03/05, pág.17). Como o senhor Ruben César Fernandes está tão orgulhoso das estatísticas das ações do Viva Rio pode acrescentar mais uma: com a segurança e a integridade dos membros do Viva Rio devidamente assegurada, a cada 32 ações comunitárias de sua ONG morre Um dirigente comunitário! Preservar sua própria segurança e integridade às custas do risco de parceiros, senhor Fernandes, tem um nome: COVARDIA.

A pá de cal sobre a pacotilha montada por O Globo, com a participação do senhor Rubem César Fernandes e do jornalista Zuenir Ventura, foi dada pela série de reportagens do jornal O Dia, que se iniciou em 24/03/05, página 3 e se prolongou pelos quatro dias seguintes. Na primeira das reportagens, em uma matéria de página inteira com direito a transcrições das conversas de William com o traficante Bem-Te-Vi e outros marginais da favela da Rocinha, a história inteira é contada. Além de celulares, o amigo querido do dirigente do Movimento Viva Rio, também usava rádiotransmissores para alertar seus parceiros do crime sobre a chegada de policiais. Estes rádios era comprados pela associação de moradores e repassados aos traficantes. Será que alguém tem uma idéia de quem fornecia dinheiro para a associação dos moradores comprar tais equipamentos?

No caso dos três fuzis roubados em 27/07/04 do Forte Copacabana, e comprados por Bem-Te-Vi por 24 mil reais, William Oliveira orientou o traficante a se desfazer das armas, jogando-os na mata junto à vizinha favela do morro do Vidigal. William fora informado de que o Exército estava preparando uma operação na favela para recuperar as armas.

Para julgamento dos leitores transcrevo a seguir o que disse William de Oliveira ao traficante: “Se liga, eu menti pros caras do Exército, disse que as armas não estavam aqui. Agora, se aparecer as peças (fuzis), até eu vou ser preso” (O Dia, 24/03/05, pág. 3). Interessante que o próprio William reconheceu que a mentira poderia levá-lo para a cadeia. Já o senhor Rubem César Fernandes, com a inocência das almas puras, afirmou sobre o caso: “Mentir não é crime”.

Na sexta-feira, dia 25/03/05 o mesmo repórter, Sérgio Ramalho, publica em O Dia, pág.12 outra extensa reportagem onde transcreve mais fitas mostrando toda extensão do envolvimento do líder comunitário e darling do senhor Rubem César com os traficantes da favela da Rocinha. Chega a ser repulsivo o trecho onde William manda um funcionário da União Pró-Melhoramentos ligar para o comandante do batalhão da PM e denunciar policiais militares que faziam uma blitz no morro (O Dia, 27/03/05, pág. 18). O crime desses policiais? Serem honestos e estarem atrapalhando os negócios dos traficantes.

As fitas com as gravações das conversas entre o líder comunitário e os traficantes foram enviadas pela 16ª DP (Barra da Tijuca) ao Instituto de Criminalística Carlos Eboli a fim de serem periciadas. Esta providência é importante, não só do ponto de vista da justiça como também para que os leitores de O Globo, que leram na coluna do jornalista Zuenir Ventura, que “ele (William de Oliveira) afirma que gravações foram adulteradas para comprometê-lo”, saibam que a verdade é bem diferente daquilo que o líder comunitário afirma a seus amigos e defensores.

Depois disso tudo o que fez o jornal da família Marinho, tão rápido em mandar ou aceitar que um de seus mais conceituados articulistas fizesse a defesa de um marginal? Nada! Sobre o assunto o jornal O Globo mergulhou no mais profundo silêncio.

Infelizmente para William de Oliveira, presidente da União Pró-Melhoramentos da Rocinha, a Justiça tem um entendimento a respeito de “coerência” e “mentir não é crime” diferente daquele do seu protetor, senhor Rubem César Fernandes. Em 17/03/05 William teve sua prisão preventiva decretada novamente. Os agentes da Polinter, encarregados de executar a prisão, foram recebidos na favela com tiros e bombas de fabricação artesanal. Ao que tudo indica o dirigente comunitário, ao desaparecer, perdeu uma oportunidade única de ser coerente com o que sobre ele havia escrito o jornalista Zuenir Ventura: usar aquela oportunidade para fornecer à Justiça as tais informações que diz possuir.

Na madrugada de 29/3/05, quando tentava evadir-se da favela da Rocinha no banco traseiro de um carro, William foi reconhecido por policiais e preso. Ironicamente, William de Oliveira vestia uma camiseta com a inscrição “A Gente Faz Paz”, camiseta esta distribuída pelo “Movimento Viva Rio”. Quem leu as matérias de Veja e a devastadora série de reportagens sobre o assunto publicadas pelo jornal O Dia, há de achar pouco ortodoxa a maneira que o líder comunitário tem de fazer paz.

Ao manifestar-se sobre o assunto O Globo foi bastante moderado, talvez porque seus leitores já houvessem assistido na véspera as declarações dadas por William ao Jornal Nacional. Ao contrário de O Dia, o jornal da família Marinho não explicou a seus leitores que a inscrição “A Gente Faz Paz”, estampada na camiseta de William, e claramente visível na foto do dirigente comunitário na página 20 de sua edição de 30/03/05, era patrocinada por sua ONG parceira, o Movimento Viva Rio.

Em “defesa” de O Globo é preciso dizer-se: desta vez, escaldados com a ri dícula reportagem de 05/03/05, a direção do jornal não correu a ouvir a opinião do seu interlocutor favorito, o senhor Rubem César Fernandes, O Coerente.

Wednesday, August 24, 2011

Israel’s immoral novelists

Op-ed: Italian journalist says likes of David Grossman, Amoz Oz promote vicious distortions about Israel


Israeli authors have never been shy. They have always commented on their governments and always speak about politics in their novels. But the best-selling Israeli writers are now captives of a dangerous syndrome. One can legitimately criticize Israeli governments, their errors and deafness. But a dark malaise is now driving these authors to toe the line with the worst emotions of global public opinion.
Peaceful Gesture?

Amos Oz sends book to jailed Barghouti / Zvika Brut

Acclaimed Israeli author sends Palestinian prisoner convicted of several terror attacks book with personal dedication: 'Hope to meet soon in peace and freedom'
Full Story

This is the same public opinion that in essence boycotted the tragic news about a large, beautiful and caring Jewish family destroyed in a minute, when terrorists burst into their home in Itamar with one aim in mind: To murder as many Israelis as possible.

There is now a deep chasm between the pretension of the "good conscience" of these writers and the crude realism of history. This is even sander and more significant because we are not talking about writers who hate Israel or novelists who pontificate against the Jewish State from abroad, but rather, about locals.

Amos Oz and David Grossman, Israel’s most popular authors, have a track record of genuine Zionist endeavor. But Oz just got in touch with Marwan Barghouti, the Palestinian terrorist leader convicted of murdering five Israelis and planning several terrorist attacks. The Israel Prize recipient sent the Palestinian prisoner one of his books with a personal inscription wishing him a speedy release from prison: “This story is our story. I hope you read it and understand us better, as we attempt to understand you. Hoping to meet soon in peace and freedom.”

Indeed, the gap between these authors and the guillotine threatening Israel grows larger every day. David Grossman, whose son Uri was killed in the Second Lebanon War, was the first Israeli writer to explore the psychology of the Israeli occupation after 1967. Since then, Grossman’s paradigm, simply put, was always the same: Israel must end its role of occupier and oppressor if the horror of terrorism is to end.

Israel deserves better

It seems as though Grossman’s conscience as an intellectual hasn't been shaken by the Twin Towers attack, by the 1,600 Israeli civilians killed in terror attacks, by a decade of rockets on southern Israeli cities or by Iran’s atomic death cult.

Shortly after the Gaza war, Grossman called for an independent inquiry into the conduct of the IDF, paving the way for the biased Goldstone’s report. He also urged dialogue with Hamas. When Grossman went to collect a cash prize funded by the Israeli state, he refused to shake hands with Prime Minister Ehud Olmert.

After the flotilla incident, Grossman charged that Israel behaves like “a band of pirates.” He said the blockade on Gaza was “despicable,” attacking the Israeli government “which is prepared to embitter the lives of a million innocent people in the Gaza Strip, in order to obtain the release of one imprisoned soldier.”

Indeed, the morality of Israeli writers is not longer in tune with reality and its contradictions, Israel’s security, very existence, identity and memory. These authors’ publications attract so much attention abroad because of the baleful influence they have on Israel’s reputation, as they promulgate the most vicious distortions about Israel.



When Ariel Sharon sent forces into the West Bank to defeat the terrorists, both Grossman and Oz went to help the Palestinians with their olive harvest. Their noble generosity didn’t stop Hamas from slaughtering two Jewish girls in a nearby settlement, Linoy Sarussi and Hadas Turgeman. Now, again, after a new Jewish family was destroyed in Itamar, the writers chose to send postcards and books to the terrorists. Israel deserves better bards.

Monday, August 08, 2011

Uribe descreve Lula como hipócrita e covarde

Álvaro Uribe também assegurou que “Lula combatia (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez ausente e tremia frente a Chávez presente”.




O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe Vélez (2002-2010) respondeu através de sua conta Twitter (@alvarouribevel) ao ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), depois que este revelou em Bogotá, em um encontro com o presidente Juan Manuel Santos que, quando foram governantes, “Não havia confiança entre Uribe e eu”.

“Lula nos maltrata e no governo fingia ser o melhor amigo”, escreveu Uribe através de sua conta no Twitter, e acusou Lula de ser “mal perdedor”, porque a Colômbia ganhou do Brasil a presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Em outra mensagem, Uribe disse: “Lula incapaz de declarar a narcofarc de terroristas”, em alusão à insistência do governo de Uribe de que os países vizinhos declarassem como grupo terroristas às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC, comunista). Uribe acrescentou que “Lula foi incapaz de extraditar o padre Camilo, terrorista refugiado no Brasil”, que segundo as autoridades colombianas era o representante das FARC nesse país.

Além disso, Uribe assegurou em outra mensagem que “Lula combatia (o presidente da Venezuela, Hugo) Chávez ausente e tremia frente a Chávez presente”. Finalmente, o ex-presidente colombiano afirmou que “hoje Lula confessa que me teve desconfiança, porém o investimento do Brasil teve toda a confiança”.

O que Lula disse?

O ex-mandatário do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de visita a Bogotá, afirmou que acredita que os presidentes Juan Manuel Santos e Dilma Rousseff podem fazer muito mais “do que fizemos eu e Uribe. Não confiávamos inteiramente entre os dois (sic)”, anotou.

O ex-presidente propôs ao governo colombiano criar um fundo de garantia para investir no desenvolvimento estratégico do Sul, de maneira que se avance em novas hidrelétricas, portos e vias. “há que aproveitar o gasto para a riqueza do continente. Projetos estratégicos para daqui a 10 anos. Isto é o melhor que está acontecendo entre Brasil e Colômbia”, acrescentou Lula.

O ex-presidente do Brasil pediu para dar importância ao crédito. “Presidente Santos, você não deve ter medo de emprestar dinheiro aos pobres. Os pobres pagam”, disse Lula ao fazer um chamado à “bancarização”. Ele destacou a gestão do presidente colombiano, Juan Manuel Santos e disse que o país “está vivendo um momento de tranqüilidade extraordinária com alguns vizinhos polêmicos”.

Lula assegurou que Santos está marcando na UnaSul uma política muito importante. Segundo Lula, a lição que o mandatário colombiano deu é de que não dedicou seu tempo em brigar com os demais vizinhos, senão em fazer a paz com eles.

O ex-mandatário brasileiro ressaltou a presença de empresas do Brasil como a Petrobras, Odebrecht, Grupo Sinergy, entre outras. “Este é um sinal muito promissor das relações bi-nacionais”, disse Lula.


Publicado no La Patilla.


Tuesday, July 19, 2011

Thank you, Edward Saïd: Wikileaks, Linkage, and the Appalling State of Western Understanding of the Arab World


This is an essay I wrote back at the time of Wikileaks, and it got rejected from two different journals. I got distracted by my book, and forgot about it. I just got a nice email from a fan who asked me where I wrote the following:

The problem with middle eastern studies in the USA (a fortiori in Europe) is that it’s been colonized by Muslim and Arab scholars who have politicized the field and intimidated western scholars into ”respecting” Islam (which means giving it the honor that they feel it deserves). this hegemonic discourse makes it impossible to speak of honor-shame, the very hegemonic principle that has made Islamic studies such a retarded field.

If Western academics had done this with their own culture and religion, we’d have no academics. The appalling propaganda that passes for scholarship today — Finkelstein and abu el-Haj come immediately to mind — that would get tenured from faculty and administrators in thrall to a political correct discourse that is, to use the Marxist term, “objectively” a form of cowardice and dhimmitude, is what drives sound people to take extraordinary measures.

Today’s middle eastern studies more closely resembles the kind of atmosphere that dominated the late medieval university (inquisitorial) than a free and meritocratic culture commited to honesty. the only difference is that in pursuing this oppressive and ultimately dishonest form of “academic discourse” the people who admire “scholars” like F and e-H, actually betray the very culture they pretend to uphold.”)

It was in response to an article about tenure in Middle Eastern Studies in Inside Higher Ed. He also asked me if I’ve developed those thoughts, and I wrote back that in addition to my essay on Edward Said, there’s the following essay, which I post here.

Wikileaks, the Middle East and Edward’s Said’s Legacy

One of the most interesting revelations in the cache of recently released Wikileaks documents concerned Obama’s Middle East policy. Remarks from several and varied Arab countries confirmed in a rather dramatic way, what some experts had claimed earlier: that the Arabs wanted the US to “cut off the head of the snake,” and that for these Arab leaders the head was Iran.

On one level, this wasn’t groundbreaking news; anyone paying attention knew that Sunni Arab leaders were terrified of the power of Shiite Iran. But somehow this awareness had failed to penetrate Obama’s policy circle, which had consistently argued that in order to gain the support of the Arab world to move against Iran, the US had to “solve” the Palestinian problem. Obama explained this policy of linkage to Netanyahu in their April meeting of 2009: by swiftly reaching a “two-state solution” that gives the Palestinians a viable state, Obama could win the favor of the Arab world and the global community, enabling him to tackle problems like Iran.

Linkage had widespread approval not only in academic and policy circles, and among global “elders” like Jimmy Carter, but also among newspundits like Tom Friedman, who considers it “very logical.” A cynic might call this the narcissistic messianic approach: let’s make everyone love us, have peace prizes all around in Denmark, and then calmly and collectively tell the Iranians: “Oh, behave!”

Of course others have argued against this Rube Goldberg machine (Kramer, Shavit, Ceren, Rubin, Phillips, Weinthal). What strategy would hold urgent diplomacy (Iranian nuclear ambitions) hostage to solving a problem that has resisted the most energetic diplomatic efforts for generations? And just what kind of solution to the Palestinian problem could Obama come up with that would a) leave even a diminished Israel in peace and security and b) so enthuse the Arab world that they’d now rally around America’s banner? It’s one thing to think you can squeeze some kind of grudging truce out of that adamantine conflict; it’s quite another to think you can, in a couple of years, produce a peace that will inspire the Arab world to renounce its resentment of American hegemony.

And (predictably) as soon as Obama implemented linkage, it backfired; indeed the Palestinians saw linkage as a reason to become intransigent: no direct talks without total settlement freeze. Asked why they insisted on this, if the Palestinians had earlier negotiated peace agreements while settlement construction went on throughout the West Bank, Nabil Shaath didn’t claim they said yes (as the MSNM would have us believe), but rather responded, “We have to say ‘no’ sometime” (5:15).

And why just now? Because, as Shaath went on to explain, with linkage the Palestinians saw themselves in a position of strength and Israel in a position of alienating Obama:

Isn’t President Obama impatient with what the Israelis have done? …Wasn’t Mr. [sic] Obama’s strategy that, [by] starting with the Palestinian-Israeli peace, [he] will really get America a better image in our area, will help America achieve what it really wants to do, disentangling itself from Iraq, resolving problems in Pakistan and in Iran and in Lebanon? Isn’t that what he said? Doesn’t that make him impatient of what Mr. Netanyahu has done to him? (6:57-7:30).

Did Obama and his advisors really think that everyone in the Middle East was just waiting for the right gesture, the positive-sum magic that will make everyone happy? Have they contemplated the opposite possibility: that Arab leaders do not want an end to the Palestinian-Israeli conflict, and that our linkage may play right into their version of linkage: Blame Israel for the misery they themselves inflict. Our linkage – Israeli concessions before and in place of Palestinian concessions – enables and empowers Arab scape-goating; it aggravates the belligerent forces in the region.

Some accordingly argued that Obama should reverse the sequence: If he really wants peace (rather than a quick take-down of Israel) then taking care of the critical problem – Iran – will make it easier for Israel to make the highly risky concessions Obama wants from them. Put the pressure on the most radical and, by the standards of a community committed to peace, the least “rational” actor on the scene, undermine the culture of apocalyptic violence they encourage among their proxies in the region (Hamas, Hizbullah), so that Palestinian moderates, who want to put an end to their own people’s suffering can rally support for the difficult concessions necessary for peace.

So when the Wikileaks documents revealed no hint among the Arab leaders of a Palestinian state as a prerequisite for dealing with Iran, many noted how they undermined the rationale behind Obama’s insistence on a linkage that went, via Israeli concessions, to Arab and world cooperation against Iran. On the contrary, these cables give the impression that Obama had a strong hand to play against Arab intransigence: “if you want me to attack Iran, then these are the things I want from you.”

One might imagine that Obama had his strong hand in mind when, a day before his speech in Egypt, he visited King Abdullah in Saudi Arabia, asking for a gesture towards Israel in response to their concession on settlements. Such a Saudi concession might have a powerful impact on the mood in the Arab and Muslim world; it certainly would have added dramatic luster to his Cairo speech. And yet, when King Abdullah went into a tirade at the mere suggestion, Obama played none of his strong cards. Instead he went to Cairo empty-handed and disgruntled. Tough cop is not a role Obama seems comfortable playing.

Those who follow the honor-shame dynamics here understand that the weaker the Israelis look to the Arabs, the more intransigent they become. One need not be an insider with access to high-level intelligence to understand the basic pattern that the last two decades of peace diplomacy have revealed: Israeli concessions elicit no hint of reciprocity towards a positive-sum solution. On the contrary…

And yet none of this had even a slightly sobering effect on the giddy optimism of the administration. Only two months after Abdulla’s tantrum, in August of 2009, Secretary of State Hillary Clinton announced a peace settlement within a year, and in January 2010, after four further fruitless months, Presidential envoy George Mitchell prognosticated “within two years.” Either these folks were pulling some clever feint (the predominant belief in the Arab world), or they are genuinely clueless (the most generous reading).

Others, more knowledgeable about the political players can try to figure out why neither Obama nor Clinton (who’s husband got burned by this Peace debacle in a most spectacular fashion in 2000) permitted any of these developments – the Arab urgency about Iran, the king’s temper tantrum about Israel, the backfiring of Israeli concessions – to disturb the main lines of their version of linkage.

Having just reread with students Edward Said’s Orientalism and some of his critics, I was struck by the role that his epigones have played in formulating this counter-intuitive strategy. In The Ivory Tower, Martin Kramer writes about the strong impact the book had on a generation of Western students, eager to dissociate themselves from any participation in American imperialistic hegemony, to empathize with, rather than “other” Arabs.

After all, had not Said, even as he illustrated the point, insisted that to “other” necessarily involves invidious comparison, “either in self congratulation (when one discusses one’s own) or hostility and aggression (when one discusses the “other”)…” Saïd appealed to our “common humanity” to do away with this us-them mentality to shift our attention from “cultural, religious and racial differences” towards “socio-economic categories [and] politico-historical ones (p. 325):

At all costs the, the goal of Orientalizing the Orient [what post-colonialists more generally call “othering” someone, RL] again and again is to be avoided, with consequences that cannot help but refine knowledge and reduce the scholar’s conceit. Without “the Orient” there would be scholars, critics, intellectuals, human beings, for whom the racial, ethnic, and national distinctions were less important than the common enterprise of promoting human community (328).

Never mind that most Oriental scholars had a passion for their subjects and extended far more empathic effort in understanding the objects of their study than did Saïd did in critiquing the Orientalists themselves. And never mind that Arabs tend to “other” on a scale the beggars Saïd’s complaints about Western tendencies. On the contrary, Saïd, demonstrating his asabiyya, his loyalty and solidarity with the Arab cause, had no problem “othering” those he accused of the sin:

It is therefore correct [sic] that every European, in what he could say about the Orient, was consequently a racist, an imperialist, and almost totally ethnocentric (p.68).

But these flaws had no discernable effect on the enthusiasm with which the field of Middle Eastern studies embraced his critique of its forebears, and remade itself along post-colonial lines. A pervasively flawed book became canonical for a generation, inspiring a paradigm shift that shaped Middle Eastern Studies in the USA. As a result, the field virtually became committed to not seeing what was before them. They could thus see vibrant civil societies everywhere (Syria!), even in Islamist NGOs (Hamas!), that promised democracy soon. After all, if they were humans like us, why not?

It greatly assisted all these scholars who hailed the thriving proto-democratic, civil-society movements in the Middle East, men and women who could proudly claim they were not Orientalists, that they, like their mentor Saïd, detected few traces of the imperialism that so marks the first thirteen centuries of Islam. It made sense that those who could ignore or downplay the patriarchal ferocity so dominant in the Middle East, could also turn a blind eye the enduring culture of Muslim imperialism, and the strong odor of frustrated ressentiment in the Arab discontent with modernity. For the Saïd’s post-colonial epigones, the Arabs were the innocent subaltern victims of our imperialism; not exasperated failures at implementing their own. History may have gone wrong, but post-Orientalist scholars made a profession of believing that the wrong turn was when Western imperialism prevented Arab societies from being (naturally) free, not that the Arabs had failed to maintain and expand their empire.

This approach, divorced from reality even as it spoke of the “variegated” and “layered” phenomena it tried to represent, ended up anticipating developments and concocting strategies so fantastic, that just contemplating their spread and acceptance in policy circles gives insight into the dynamics of how a certain legendary emperor could parade before his people naked. As “I will make a lot of peace in the Middle East,” the spoof animation inspired by Wikileaks– has the US spokesman say in defense of linkage, “We have consulted with many foreign policy experts, they have many Ph.D.s about the Middle East.” Along with the spectacle of Europeans acclaiming Noam Chomsky as the great American intellectual, few things better illustrate the failings of this generation of Western intelligentsia than Orientalism’s profound impact on Middle Eastern studies and beyond.

Amongst the many noxious effects of Orientalism on our scholars’ ability to understand the Arab world, was the ban it put on discussing “honor-shame” culture, so strong an elective affinity in Arab culture that even Islam’s disapproval has failed to prune back the “honor-killings” of daughters and sisters by their family. Said’s moral scorn for the patent racism involved in this cultural approach made “honor-shame” itself a shameful discourse to hold in academic circles. As Jerrold Green noted “the mere recognition that cultural factors matter labels specialists as anti-scientific heretics by their more dogmatic colleagues.” According to a reliable source, this singularly successful political correctness has even invaded intelligence services, where one had to refrain from suggesting honor-shame motivations in analyzing the data!

The greatest irony of this accomplishment comes from the fact that Saïd himself illustrates the honor-shame dynamic. The second half of his career embodies the very “oriental” traits that he forbade us to discuss. On a very basic level, Orientalism represents an aggressive effort to “save face”: Westerners have no right to look critically at the Arab world. Noted Kramer:

Instead [of serious analysis], Said skimmed across its [Oriental scholarship’s] surface in search of the most offensive quotes, presented as the core or essence of orientalism, whose gravitational field no Westerner could hope to escape.

And the offenses were precisely those that were most wounding to Arab pride. On some level, Orientalism is a cri de coeur of someone whose amour propre has been wounded by the opinion outsiders have of his people. And the generation of scholars who adopted that book as the Bible (as one of my students described another professor’s attitude), considered their most important task not to upset those for whom honor and shame meant everything.

And yet, if we don’t understand that some cultures (not only Arabic or Islamic ones) accept, expect, even require that one shed someone’s blood for the sake of one’s honor, then we don’t understand how people in those cultures “reason.” Our initial (and abiding) response, coming from a culture that has fought a long hard battle with the tendency towards violent retaliation for insult, views this behavior as irrational, as self-destructive – “their own worst enemies.” But to think along these lines turns us into “the apogee of Orientalist confidence,” guilty of the “racism” Saïd so despised.

For Westerners aspiring to study the Arab world without becoming colonial collaborators, that meant an anti-Orientalism every bit as distorting as the Orientalism Saïd condemned among the scholars. The new, non-“othering” dogma insisted that Arabs can and would behave rationally (i.e., positive-sum), in roughly the same way the Europeans did in creating the European Union.

So why not “land for peace”? It makes sense. This conflict, the “very logical” argument goes, like all others, is about “rational” grievances. Presumably it will respond to the appeal of positive-sum solutions that call for mutual self-sacrifice in order to achieve mutual gain, and bury the hatchet. Israel gives land and the Arabs give recognition and an end to the state of war produces “peace.” Win-win.

In a Saidian conversation, one cannot, without heavy moral opprobrium, suggest that it’s not about boundaries but existence, not about rational grievances, but much more about honor and shame, about the humiliation of a tiny Israel fighting off the combined might of the Arab empire, about the blasphemy of a dhimmi people, throwing off their yoke and daring to be “a free people in our own land,” in the heart of Dar al Islam. I mean, how can you solve a problem like that?

It’s a lot easier to believe that poverty causes terror (rather than vice-versa): at least we know how to generate wealth… and we dare not think about the way some cultures generate poverty. And we certainly dare not ask the obvious question: If they will kill their daughters for shaming them in their communities, and they burn dozens of homes of dhimmi Copts when one of them dates a Muslim woman, imagine what they want to do to Israel for blackening their face and shaming their religion before the eyes of the world community and of history?

Thus we end up with a foreign policy based on fantasy, mired in denial, a community of experts that refuses to process feedback that contradicts cherished truths, people who cling to PC “grand” narratives with the ferocity of true believers. Of course, they might say off the public record, everyone knows about touchy Arab honor, especially when it comes to Israel! Arabs themselves admit that Israel is a psychological problem “in the genes of every Arab.” The very notion that the Arab-Israeli conflict is the most fundamental issue in the Middle East, constitutes a acknowledgment of that massive Arab “hang-up” on an area that is a mere .002 of their own, deeply troubled portion of the globe.

Our experts and academics understand this, and even have policy solutions: do everything to avoid situations where it becomes a problem. That, of course, means leaving Israel out of as many situations as possible. In other words, whenever honor-shame dynamics rear their ugly head, back down. Like Yale University Press or the New York Met, don’t confront, don’t provoke violence.

Similarly, we never confront them on their double speak: When the positive-sum, peace oriented liberal cognitive egocentrists hear Palestinians complain about the occupation, they think “Green line,” while the zero-sum, honor-comes-from-revenge oriented Palestinian spokesmen think “shoreline.” (NB: I’m not essentializing, not talking about “the Arabs,” but specifically about those who are in thrall to an irredentist mind-set that we have difficulty imagining.) If we knew this, and worked around it without confronting it, that might make sense; but to ignore it, to make plans based on our projected understanding, to pressure Israel into concessions based on these fantasies, is either criminal negligence or malice.

Not surprisingly, with such anti-Orientalist flaws at the base of their thinking, the Obama administration’s Middle East foreign policy team got everything wrong. They expected long-term rationality in solving the Arab Israeli conflict (a quick positive-sum solution), and short-term irrationality (we won’t do anything about Iranian nuclear weapons until something is done about Israel). Instead we encountered the opposite: short-term rationality on Iran, long-term irrationality on Israel. Indeed, the take-home message of Arab behavior is that the Arab-Israeli lies at the heart of their most self-defeating behavior: it is the hardest and last thing we’ll resolve, not the first. And the idea that, if only Israel were gone, the self-destructive belligerence of Arab political culture would disappear is as loopy a messianic hope as being carried off by aliens on December 21, 2012 by hanging out in Bugarach, France.

Maybe the cultural relativists are right: Who says Westerners behave rationally?